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Mauricio Stycer

REPORTAGEM

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Patrícia defende Bolsonaro, critica impeachment e diz que SBT é isento

Patrícia Abravanel no Vem pra Cá - Reprodução / SBT
Patrícia Abravanel no Vem pra Cá Imagem: Reprodução / SBT

Colunista do UOL

09/09/2021 17h34

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Em uma manifestação incomum, durante o programa "Vem Pra Cá", na manhã desta quinta-feira (09), a apresentadora Patrícia Abravanel fez uma defesa da cobertura jornalística que o SBT vem realizando do governo e dos atos do presidente Jair Bolsonaro.

A apresentadora é casada com Fábio Faria (PSD-RN), ministro das Comunicações. Na terça-feira (07), o telejornal "SBT Brasil" exibiu a íntegra do discurso golpista de Bolsonaro, no qual ele disse que não respeitaria mais as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Em nota, nesta quinta, o presidente recuou e disse que o ataque decorreu do calor do momento.

Numa fala confusa e muitas vezes contraditória, a filha de Silvio Santos lembrou que o SBT sempre foi governista, o que é verdade, mas defendeu Bolsonaro com um entusiasmo incomum. Ela também criticou a ideia de um impeachment do presidente e disse que o jornalismo da emissora é isento. Patrícia justificou, ainda, o movimento dos caminhoneiros dizendo que é uma resposta à mídia, "que não foi muito correta" na cobertura dos atos do 7 de Setembro.

"O SBT é uma emissora isenta. Não temos partido. Somos sempre a favor do que o povo quer. E o povo elegeu o presidente. Assim como na outra eleição elegeu a Dilma. Quando o Michel Temer estava no poder, o SBT sempre esteve pró-governo", disse.

Tentando reproduzir uma ideia que Silvio Santos já defendeu algumas vezes, Patrícia disse que o papel do SBT é ajudar o governo. "A gente acredita que se estiver com o governo, influenciando de forma positiva, e podendo ajudar o Brasil a avançar. Isso é uma determinação do SBT a favor do povo."

Sobre os caminhoneiros, ela justificou: "Esses protestos são uma continuação do que aconteceu em 7 de Setembro porque a gente viu a mídia se manifestando de uma forma que não foi muito correta e autêntica aos fatos. Queremos deixar claro que esses caminhoneiros estão continuando essa manifestação espontânea porque eles viram: 'opa, a mídia não entendeu que supremo é o povo'."

Ecoando a visão de aliados do presidente, Patrícia colocou em questão a avaliação oficial, de que havia cerca de 125 mil pessoas na Paulista no dia 7. "Tinha muito mais de 125 mil na Paulista. A gente sabe pelas imagens. O povo viu", disse ela.

A apresentadora elogiou o papel do presidente, que pediu aos caminhoneiros que suspendessem a paralisação: "Bolsonaro entra nesse cenário falando 'calma, gente, calma. Deixa eu resolver aqui em Brasília'."

Por fim, Patrícia lamentou que haja oposição ao governo e pedidos de impeachment do presidente: "O ideal é não ter polarização, o ideal é não ter impeachment, porque só vai atrasar o Brasil. Só vai fazer com que o povo sofra mais. É uma disputa de poder".