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Autor de imagem icônica de Jânio Quadros morre aos 87 anos
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Uma fotografia pode se tornar histórica por muitos motivos. No caso da imagem que rendeu um Prêmio Esso, o mais importante prêmio jornalístico, a Erno Schneider (1935-2022), a foto conseguiu se tornar uma ilustração do que foi o breve período de Jânio Quadros como presidente do Brasil, em 1961.
Schneider, que morreu nesta terça-feira (08), aos 87 anos, teve uma longa trajetória como fotojornalista, no Rio Grande do Sul e no Rio. Começou no "O Clarim", de Leonel Brizola, e atuou no "Jornal do Brasil", "Correio da Manhã" e "O Globo".
Foi no JB que publicou a imagem histórica do então presidente. A foto foi feita em 21 de abril de 1961, quando Jânio se encaminhava para um encontro com o presidente Argentino Arturo Frondizi na ponte que liga Uruguaiana (RS) a Libres, na Argentina. Em um depoimento, explicou o clique:
"Enquanto o Jânio ia encontrar o Frondizi na ponte, no meio da ponte, ele resolveu ir a pé. E estava andando, eu acompanhando ele do lado. De repente, deu um tumulto. Um tumulto muito grande. O Jânio levou um susto e se virou. Na hora, eu vi que ele estava todo estranho, todo torto. Eu senti que tinha uma foto diferente. Aí, eu dei um clique. Foi um só também".
A imagem de Jânio com as pernas em direções opostas ajudou a ilustrar o temperamento do político, os muitos gestos contraditórios ou difíceis de explicar que fez enquanto presidente, no breve período de 31 de janeiro a 25 de agosto de 1961, encerrado com o seu pedido de renúncia.
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