Marçal, Datena e Tabata patinam e polarização cristaliza em São Paulo
As pesquisas eleitorais estão bastante díspares nessas eleições municipais, mas o quadro desenhado pelos números divulgados pela Atlas Intel nesta quinta-feira (8) é de uma eleição polarizada em São Paulo entre lulismo e bolsonarismo.
Pablo Marçal, Tabata Amaral e José Luiz Datena não conseguem decolar e aparecem, respectivamente, com 11,4%, 11,2% e 9,4% das intenções de voto.
Nem mesmo Marçal, que surgiu como a novidade da campanha, tem sido bem sucedido em tirar os votos bolsonaristas de Ricardo Nunes (MDB). O ex-presidente Jair Bolsonaro acenou para o empresário, mas foi atendido pelo prefeito que escolheu seu candidato a vice, e logo recuou.
Também é interessante notar que os três postulantes a quebrar a polarização tem perfis totalmente diferentes.
Marçal é o influencer das redes sociais, com milhares de seguidores, que apela para a lacração. Tabata é extremamente bem preparada, rodeada de um time de altíssima qualidade. Datena carrega todo o "recall" de apresentador de TV.
Ou seja, nada funciona.
Em conversa com a coluna, Andrei Roman, CEO da Atlas Intel, observa que os candidatos que conseguem quebrar a polarização em outras capitais já tem capital político anterior. É o caso, por exemplo, do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que lidera com folga. Ele escapa do lulismo versus bolsonarismo porque é a "cara do Rio" e consegue transitar bem entre os dois lados.
No primeiro turno, Marçal e Datena arrastam votos de Nunes e Tabata tira um pouco do prefeito e também de Guilherme Boulos (PSOL), o que justificaria a liderança do deputado. Segundo a Atlas, Guilherme Boulos tem 32,7% das intenções de voto e Ricardo Nunes, 24,9%.
Só que, no segundo turno, quando os demais postulantes desaparecem da urna eletrônica, ocorre um empate técnico: 42,4% dos eleitores afirmam votar em Boulos, 42% respondem votar em Nunes, 11,1% branco ou nulo e 4,5% não respondem.
Isso significa um embate acirradíssimo e imprevisível.
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