Articulação do governo quer MDB e PSD com Lula já no primeiro turno em 2026
A articulação política do governo começou a traçar estratégias para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. Uma das principais é atrair o apoio do MDB e do PSD já no primeiro turno.
Segundo apurou a coluna, o objetivo é formar uma aliança mais ampla desde o início da campanha, e as principais apostas são os partidos liderados por Baleia Rossi (MDB) e Gilberto Kassab (PSD).
Auxiliares do presidente Lula acreditam que o MDB não deve se aventurar com candidatura própria em 2026, ao contrário do que aconteceu em 2022, quando lançou a senadora Simone Tebet (MDB), hoje ministra do Planejamento.
Um integrante da cúpula do MDB afirmou que uma aliança com o PT no primeiro turno é possível, mas é inviável garanti-la neste momento. E disse que a discussão só vai ganhar fôlego a partir do segundo semestre do ano que vem.
Já o PSD está dividido. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, declarou em entrevista à coluna que apoia a reeleição de Lula, enquanto Kassab faz parte do secretariado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A avaliação no Planalto, no entanto, é que, se Tarcísio realmente tentar a reeleição em São Paulo, ficaria mais fácil para o PSD apoiar Lula. O partido tem três ministérios na Esplanada.
Em 2022, a aliança de Lula contava com nove partidos, mas a maioria era de pequena expressão. Eram eles: PT, PSB, PCdoB, PV, Rede, Solidariedade, Avante e Agir. Se conseguir agregar MDB e PSD, vai aumentar de forma significativa o fundo eleitoral e o tempo de TV.
Independentes e PL isolado
A expectativa na articulação política do governo também é garantir a independência de União Brasil, Republicanos e PP em 2026, isolando o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro.
"É muito difícil para esses partidos apoiar Lula no primeiro turno, mas, se conseguirmos que eles liberem os filiados, já é uma vitória", disse um auxiliar do presidente.
No União Brasil, o deputado Elmar Nascimento declarou apoio à reeleição de Lula, gerando reclamações do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que é pré-candidato à Presidência.
No Republicanos, também há políticos que dizem preferir estar mais próximos do governo do que de Bolsonaro, embora se trate de um partido majoritariamente de direita.
Na avaliação de articuladores, a estratégia anunciada por Bolsonaro de, mesmo inelegível, manter-se no páreo, deixando para retirar sua candidatura e apoiar seu vice só no último momento, inviabiliza o fim da polarização em 2026.
"Com Bolsonaro, nenhum dos candidatos da direita tem chance de avançar para além dos 10%. A disputa vai continuar entre Lula e Bolsonaro. Uma mudança ficará para 2030", afirmou um líder de um partido do centrão.
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