Licitação digital é pior fracasso de Pimenta e prioridade zero de Sidônio

Não ter conseguido realizar a licitação da área de promoção digital do governo Lula após dois anos de mandato é o pior fracasso da gestão do ex-ministro Paulo Pimenta à frente da Secretária de Comunicação Social (Secom).
E, claro, não é coincidência que tenha se tornado a prioridade zero do novo ministro, Sidônio Palmeira.
"Pretendo fazer uma nova licitação. Essa não vale mais, não nos interessa. E vamos encaminhar isso o mais rápido possível. Vamos trabalhar nisso imediatamente", disse o ministro nesta terça-feira (14) ao tomar posse.
Ele se refere ao contrato de R$ 197,7 milhões cancelado por suspeita de corrupção, cuja relicitação só foi recentemente autorizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Ao contrário da publicidade tradicional, comunicação digital leva tempo, disse à coluna um marqueteiro experiente. É preciso gerar engajamento.
Fenômenos digitais como Pablo Marçal (PRTB) ou Jair Bolsonaro (PL) não surgiram da noite para o dia.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem uma rede importante de seguidores nas redes sociais, mas o engajamento dos perfis do governo é considerado pífio. Não é à toa que o próprio Lula reclama que o governo não consegue comunicar suas conquistas para a população.
A legislação brasileira também não permite que se use recursos e estrutura do governo para "bombar" o perfil do político - embora todo mundo faça. É diferente dos Estados Unidos, por exemplo, quando a conta do X do presidente vira automaticamente algo "do governo".
Até agora o Planalto vinha trabalhando sua comunicação digital de forma totalmente amadora.
Os vídeos eram feitos pela equipe da secretária Bruna Rosa Alfaia, ligada à primeira-dama Janja. Bruna deixou o governo com a chegada de Sidônio.
Profissionais próximos ao prefeito João Campos (PSB) do Recife chegaram para ajudar informalmente. Campos é conhecido como um case de sucesso nas redes sociais.
Entre os marqueteiros, alguns vídeos já vem chamando a atenção de forma positiva como os publicados para combater as fake news do Pix, em que o próprio Lula entra em campo.
Mas é muito pouco ainda.
Para trazer profissionais dessa área cada vez mais disputada, Sidônio vai precisar de dinheiro e autonomia. De preferência, sem suspeita de corrupção.
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