Raquel Landim

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Reportagem

PL minimiza candidatura de Pontes e diz que dissidentes vão apoiar Girão

Lideranças do PL estão minimizando a candidatura do senador Marcos Pontes (PL-SP), conhecido como Astronauta, à presidência do Senado.

Conforme fontes ouvidas pela coluna, quem deve atrair os dissidentes às pretensões de David Alcolumbre (União-AP) é o senador Eduardo Girão (Novo-CE).

"Tem 10 a 12 senadores que não votam no Alcolumbre de jeito nenhum. Quase todos vão votar no Girão. O Marcos vai ter dois votos ou nem isso", afirmou um político experiente à coluna.

Questionado se mantém sua candidatura, Girão disse que sim.

"Estimulo que tenha várias candidaturas para que possamos levar para o segundo turno", afirmou.

Girão está na Casa desde 2019, enquanto Pontes chegou em 2022.

"Alguns devem votar no Girão, outros em mim. Outros no Alcolumbre, e também em outros candidatos que devem surgir. Isso é bonito da democracia", disse Pontes à coluna.

O senador paulista e seu partido, o PL, estão em pé de guerra por causa das intenções do ex-astronauta de concorrer à presidência do Senado. As eleições ocorrem em 1º de fevereiro.

Alcolumbre é o favorito, com um arco de alianças que vai do PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao PL do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Ontem, Bolsonaro criticou Pontes, que reafirmou sua candidatura recentemente.

"Marcos Pontes, que está disputando a presidência, boa sorte a você, tá? Boa sorte a você, mas eu lamento você estar nessa situação porque você sabe que não tem como ganhar. O voto é secreto. Se nós embarcarmos na sua candidatura, que eu acho muito melhor do que muitas outras por aí, nós vamos ficar sem comissões", afirmou Bolsonaro em entrevista a uma rádio.

O ex-presidente se refere à tentativa frustrada do senador Rogério Marinho (PL-RN) de se eleger presidente da Casa contra Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no pleito anterior.

Em retaliação, Pacheco vetou o PL na mesa diretora e em comissões. Desta vez, o partido decidiu embarcar na candidatura majoritária com o apoio de Bolsonaro e de Valdemar Costa Neto.

Segundo apurou a coluna, alguns senadores ficaram insatisfeitos, alegando que Alcolumbre não levaria ao plenário um pedido de impeachment de um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) —uma das pautas mais importantes para os bolsonaristas.

O argumento do partido é que o mandato de presidente do Senado é de dois anos e que, antes de 2026, a oposição não terá força para levar esse pleito adiante. Só depois das eleições é que a pauta do impeachment de um ministro do Supremo poderia avançar. A expectativa dos partidos de direita é eleger um número maior de senadores.

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Nesta terça-feira (21), Pontes fez uma publicação na rede social X que foi interpretada com uma resposta a Bolsonaro.

"A arrogância pode fechar portas, mas a humildade sempre abrirá as janelas da sabedoria para novos horizontes", publicou.

O senador nega que a publicação tenha alguma relação com a disputa à Presidência do Senado.

"A relação com Bolsonaro continua ótima como tem sido há mais de 20 anos de amizade", afirmou. "Pegaram um trecho da minha fala de um vídeo de uma série motivacional de 7 vídeos e atribuíram como se fosse uma resposta minha a fala dele. Eu nunca faria isso".

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