Amorim: ocupação de Gaza como sugere Trump completaria o 'absurdo'

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O assessor especial de assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou à coluna que a ocupação de Gaza por uma potência estrangeira -os Estados Unidos— completaria o "absurdo" da situação em Gaza.
"O ataque terrorista a Israel foi um absurdo, o genocídio da população palestina foi um absurdo e agora a ocupação de Gaza por uma potência estrangeira completaria o absurdo", diz Amorim. "Uma ocupação estrangeira é uma afronta ao direito internacional".
Amorim afirma que os acordos de Oslo dizem expressamente que "Gaza é dos palestinos". Ele se lembra que esteve com Shimon Peres, na época ministro de Relações Exteriores de Israel, logo após a assinatura dos acordos na Noruega.
Firmados 30 anos atrás, os acordos de Oslo já tentavam alcançar a paz no Oriente Médio, com o estabelecimento do princípio dos dois Estados: Israel e Palestina.
"A minha maior preocupação é que estamos vivendo um período de grande desordem mundial. De falta total de respeito aos princípios do direito internacional", afirmou Amorim à coluna.
Nesta quarta-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o presidente norte-americano Donald Trump está fazendo uma "bravata" ao dizer que ocuparia Gaza, da mesma forma que disse que invadiria a Groenlândia ou que os Estados Unidos deveriam ocupar o Canadá.
"Você tem um tipo de político que vive de bravata. E o presidente Trump fez a campanha dele assim. Ora, ele não pode agora mudar repentinamente do país que vende a paz para o país que vende a ideia da provocação, da discordância. É importante pensar nisso", disse Lula.
Para observadores internacionais, Trump coloca na mesa de negociação demandas absurdas para forçar os parceiros a negociar de uma posição desvantajosa.
Esses observadores recordam ainda que foi Trump que iniciou a desocupação do Afeganistão, embora o ex-presidente Joe Biden tenha arcado com o custo político do processo.
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