Raquel Landim

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Reportagem

Trump já taxou aço brasileiro antes, mas agora está bem mais agressivo

Não é a primeira vez que o aço brasileiro entra na mira de Donald Trump.

Em 2018, o setor siderúrgico global —e o Brasil não ficou de fora— tornou-se alvo de sobretaxas e cotas implementadas pelo republicano em seu primeiro mandato.

Só que agora há uma diferença primordial: a agressividade.

Trump está dispensando investigações, prazos e deve aplicar as sobretaxas com base em regras nunca utilizadas nos Estados Unidos.

Em 2018, a secretaria de Comércio americana realizou uma investigação para tentar comprovar que a indústria local do aço vinha sendo ameaçada de extinção pelas importações e que, sem ela, havia um risco para a segurança nacional do país.

Era a aplicação da chamada Seção 232, que utiliza uma Lei de Expansão do Comércio dos Estados Unidos de 1962. De toda forma, havia um rito a ser seguido, com muitos cálculos e meses de trabalho técnico.

A negociação com os países foi intensa. Canadá, México, União Europeia, Japão —todos foram sobretaxados. O Brasil conseguiu fazer um acordo.

Sofreu uma sobretaxa no alumínio, mas levou cotas para vender aço sem tarifas no mercado americano. Essas cotas estão em vigor até hoje.

Agora Trump quer invocar a chamada emergência econômica nacional. É baseada numa lei de 1977 do ex-presidente Jimmy Carter. Na prática, permitiria aplicar o pacote de tarifas de importação que ele desejar, da maneira que quiser, sem investigação nenhuma.

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Até agora isso nunca foi feito pelos Estados Unidos.

Trump recentemente ameaçou sobretaxar todas as importações de Canadá e México com base nessa legislação, mas suspendeu a medida e está negociando com os parceiros em condições bastante truculentas.

Nessa nova "guerra do aço", o presidente americano usa a tática que já se tornou característica desse segundo mandato: anuncia que vai tomar a medida sem publicar uma normativa sobre o assunto.

No Brasil, o setor do aço e o governo ficam em silêncio no aguardo de qual vai ser a estratégia do lado de lá, porque a disputa é global.

Reportagem

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