Raquel Landim

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Reportagem

Me Too Brasil não é investigada, ao contrário do que diz Silvio Almeida

A ONG Me Too Brasil não é investigada na licitação do Disque Direitos Humanos - Disque 100, ao contrário do que disse o ex-ministro Silvio Almeida em entrevista ao UOL.

A informação é do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A pasta é comandada pela ministra Macaé Evaristo.

Silvio Almeida presta depoimento sobre os supostos assédios nesta terça-feira (25), na Polícia Federal.

Segundo o ministério informou ao Me Too Brasil, em resposta a um pedido via Lei de Acesso à Informação, "não há registros de abertura de processos administrativos, auditorias ou investigação de irregularidades na licitação".

Na entrevista, Almeida afirmou que havia uma relação entre o Me Too e o ministério:

"No dia em que os fatos estouraram, me disseram que havia alguma relação do Me Too com o ministério. Procurei saber qual era o envolvimento. Documentos mostraram que havia uma tentativa de relação. Mandamos investigar. Mas quem vai decidir sobre isso é a Justiça", disse.

De acordo com o ministério, "organizações não governamentais, como o Me Too Brasil, não poderiam, nem participariam do processo".

Segundo nota enviada à imprensa, o Me Too Brasil também afirma que, "como organização especializada no atendimento a vítimas de violência, não participou de quaisquer licitações, tendo atuado unicamente por meio do envio de recomendações formais estabelecidas entre o governo federal e a sociedade civil, com o objetivo de fortalecer as políticas públicas de direitos humanos".

A Me Too Brasil foi a ONG que confirmou ter recebido relatos de outras vítimas que dizem ter sofrido assédio sexual de Silvio Almeida, além de Anielle Franco.

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No dia 5 de setembro do ano passado, logo após a denúncia ser divulgada pelo portal Metrópoles, o então ministro já havia publicado uma nota no site do próprio ministério dizendo que a Me Too Brasil buscou interferir nessa licitação.

"Tanto a nota quanto a entrevista concedida pelo acusado ao UOL configuram tentativas de desviar a atenção dos graves relatos apresentados pelas vítimas de assédio sexual. Essa postura, comum entre acusados de assédio, visa desmoralizar as vítimas e atacar quem traz à tona os abusos, desviando o foco da apuração dos fatos", diz a ONG.

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