Disputa com EUA ainda é troca de notas, mas pode escalar se atingir Moraes
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A disputa entre Brasil e Estados Unidos, por enquanto, ainda é uma troca de notas. Mas pode se tornar concreta se o governo de Donald Trump efetivamente retirar o visto do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes ou aplicar taxas contra produtos brasileiros.
A avaliação no Palácio do Planalto é que, até agora, não houve nada de efetivo nas bravatas de Trump.
Vale relembrar: nas últimas semanas, o presidente americano disse que sobretaxaria o aço importado pelos EUA, incluindo produtos brasileiros. Contudo, as tarifas ainda não entraram em vigor.
Trump também citou o etanol do Brasil como exemplo de produto que poderia entrar em uma lista de itens sujeitos a aumento de impostos, para igualar a tributação aplicada pelo país ao etanol americano. No entanto, a declaração não passou disso.
E, nesta quarta-feira (26), o Comitê Judiciário da Câmara dos EUA aprovou uma lei que pode retirar o visto de Moraes. Essa legislação, no entanto, ainda tem que ir a plenário e ser sancionada pela Casa Branca.
Também hoje, a diplomacia americana foi às redes sociais criticar o Brasil por estar, na avaliação deles, "bloqueando acesso à informação e impondo multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar pessoas vivendo nos EUA".
É uma referência a Moraes e sua decisão de bloquear as contas nas redes sociais de Paulo Figueiredo, Allan dos Santos, Rodrigo Constantino e outros bolsonaristas no inquérito das fake news.
O Itamaraty respondeu que o Brasil "não vai politizar decisões judiciais". Ou seja, como dizem auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ficou tudo na retórica.
Quando e se Trump transformar isso em fatos concretos, o Brasil vai adotar o conceito de "reciprocidade".
A avaliação no Planalto é que o Brasil está muito consciente da defesa de sua soberania, mas não vai tomar medidas com base em suposições apenas para gerar controvérsias.
Não interessa ao país entrar numa guerra comercial com os Estados Unidos. Porém, se o governo Trump aplicar sobretaxas contra produtos brasileiros ou realmente tirar o visto de Moraes, haverá medidas proporcionais do Brasil.
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