Gusttavo Lima deixou de lado a 'revelação divina' e focou na grana a perder
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O cantor Gusttavo Lima e o ex-coach Pablo Marçal se diziam parceiros de empreitada política. Circulavam juntos e Marçal afirmava que migrariam para o mesmo partido.
Tinham um ponto em comum —uma suposta "revelação divina"— e uma divergência que acabou se tornando fundamental - o que a política poderia render para ambos.
Primeiro, a convergência.
No final do ano passado, após ter fortes dores no abdômen e ser internado, Gusttavo Lima ligou para o senador Ciro Nogueira (PP) e afirmou que queria ser presidente da República porque "sentiu-se muito perto de Deus e queria retribuir".
Era a mesma conversa de Marçal que, durante a campanha para a Prefeitura de São Paulo contava do seu trabalho missionário na África, quando percebeu que precisava retribuir o que havia ganhado na vida.
Marçal partiu para a política primeiro. Levou a candidatura à Prefeitura de São Paulo até as últimas consequências.
Para chamar a atenção e ganhar likes nas redes sociais, levou uma cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) e falsificou um laudo médico contra Guilherme Boulos (PSOL).
Sua inelegibilidade pela Justiça Eleitoral é quase certa.
Gusttavo Lima estava ensaiando seus primeiros passos políticos.
Após a "revelação", o popstar começou a se movimentar e recebeu convites de partidos. PP, União Brasil e PRTB abriram suas portas.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, chegou a deixar em aberto a possibilidade de concorrer à Presidência da República para tentar atrair Lima e sua multidão de seguidores.
Mas, nesta quarta-feira (19), o cantor disse em entrevista ao portal Metrópoles que desistiu de concorrer em 2026 e que vai se dedicar à carreira internacional.
Acusou parte da imprensa de fazer fake news e promover uma campanha para difamá-lo.
Qual é a diferença entre os dois? Não tem nada a ver com Deus ou com a missão. É simples: dinheiro.
Mesmo se ficar inelegível, Marçal ganhou —e muito— com a campanha eleitoral.
A visibilidade nacional tende a aumentar o tráfego nos seus canais e a quantidade de gente que paga por seus cursos e pelos cursos daqueles que se formam com ele.
Já Gusttavo Lima só tinha a perder. Ele mal entrou no jogo eleitoral e, claro, ficou sob escrutínio público. Matérias negativas na imprensa rendem cara feia de patrocinadores e colocam em risco contratos —um problema e tanto para quem recebe R$ 1,2 milhão por show.