Armínio: Reajustar mínimo só pela inflação é necessário para baixar juros
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O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga detalhou à coluna a sua proposta para conter os gastos públicos, que está provocando polêmica. Ele falou sobre o tema em palestra na Brazil Conference, em Harvard, nos Estados Unidos.
Sua sugestão é cortar três pontos porcentuais do PIB (Produto Interno Bruto) em gastos:
- Um ponto porcentual limitando o reajuste do salário mínimo apenas à inflação durante seis anos. O aumento do salário mínimo tem impacto direto nos gastos da Previdência;
- Dois pontos porcentuais em gastos tributários --benesses que o governo federal concede a setores específicos.
O objetivo é reduzir as despesas para ajudar o Banco Central a cortar os juros.
"Hoje a área fiscal do Brasil mostra sintomas muito perigosos. O Banco Central tem que elevar muito os juros e precisa de ajuda", disse Fraga à coluna.
Segundo o jornal Estado de S. Paulo, o governo Lula vende há quatro meses títulos da dívida pública com vencimento em aproximadamente dez anos a uma taxa real, descontada a inflação, acima de 7%. É o mesmo patamar registrado durante o governo Dilma Rousseff.
Os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Jair Bolsonaro tiveram políticas diferentes em relação ao salário mínimo. Nas gestões do PT, o salário mínimo funcionou com uma política de distribuição de renda.
Na gestão Bolsonaro, os reajustes eram feitos apenas pela inflação como uma forma de cortar despesas na Previdência.
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