Raquel Landim

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Esteves selou paz entre Batistas e indonésios em disputa bilionária

O banqueiro André Esteves, do BTG, foi um dos principais responsáveis por selar a paz entre os irmãos Joesley e Wesley Batista, da J&F, e o indonésio Jackson Widjaja.

O armistício colocou fim à disputa bilionária em torno da fabricante de celulose Eldorado, que se arrastava desde 2018. O acordo foi assinado nesta quinta-feira (15) na sede do BTG, considerada um "território neutro".

Segundo apurou a coluna, Esteves vinha trabalhando no acordo há mais de um ano, e entre todos os atores envolvidos, incluindo advogados e políticos, era "o único com bom trânsito entre todas as partes".

"Se não fosse o André Esteves não teria saído o acordo", disse uma fonte com conhecimento das tratativas, que aceleraram na última semana e foram definitivamente seladas ontem à noite em Nova York.

Michel Temer também teria tido um papel de destaque conversando com diversas autoridades e teve vários encontros com Widjaja. Além de contratar as principais bancas de escritórios do país, o ex-governador João Doria já tinha tentado aproximar os dois lados.

Os Batista aceitaram pagar US$ 2,647 bilhões por 49% da Eldorado, o equivalente a quase R$ 15 bilhões no câmbio atual. O montante é considerado "excelente", porque representa o valor total estimado para a fabricante de celulose no início da briga.

Esteves já assessorava a Paper Excellence desde a compra da Eldorado. O BTG foi o banco que recebeu os primeiros bilhões que a empresa mandou para o Brasil para comprar a Eldorado.

A despeito de algum entrevero com a J&F na área de energia, o dono do BTG também mantém boa interlocução com Joesley e Wesley.

O acordo assinado hoje tem poucas páginas, tamanha a desconfiança entre os dois lados. Todo o restante do imbróglio ficou para os anexos tratados pelos advogados.

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Outros fatores também pesaram para Joesley Batista e Jackson Widijaja finalmente se entenderem depois de anos de acusações mútuas.

A Paper sofreu reveses importantes nas disputas legais recentemente e passou a duvidar da lisura do sistema judicial brasileiro. "Eles se tornaram aqueles que ganhavam e nunca levavam, porque sempre surgia um empecilho", disse outra fonte com acesso ao caso.

Por outro lado, o processos de arbitragem contra os irmãos aberto pela Paper na Flórida também teria pesado. Para os Batista, o momento é muito ruim para conflitos no exterior, porque eles preparam o IPO (oferta pública inicial de ações) da JBS nos Estados Unidos e enfrentam bastante resistência por lá.

Procurado, Esteves não deu entrevista. A Paper e J&F também não comentam o assunto.

O Poder e Mercado é exibido terças e quintas, às 20h, com apresentação de Raquel Landim e comentários de Mariana Barbosa e Graciliano Rocha. O programa de política e economia chega para conectar os grandes temas do Congresso Nacional a seus impactos no mercado financeiro e no dia a dia das pessoas.

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