Haddad apaga incêndio na área fiscal e manda recado para o Banco Central
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, surpreendeu o mercado com um contingenciamento de gastos acima do previsto —e enviou uma mensagem ao Banco Central.
Ao bloquear R$ 31,3 bilhões de uma vez do Orçamento, a equipe econômica antecipou uma discussão que viria a conta-gotas durante o ano e procurou dar conforto a autoridade monetária para parar de subir os juros. A reação do mercado não foi ruim.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC deixou totalmente em aberto se continuaria elevando a taxa Selic e se poderia interromper o ciclo de aumentos e quem sabe até voltar a cortar em algum momento.
A redução dos juros é vital para reduzir o custo da dívida pública. Só que, para isso, o presidente do BC, Gabriel Galípolo já deixou claro que precisa de ajuda do governo porque não vai permitir que a inflação dispare.
Para completar o pacote e tentar ajustar as contas, Haddad anunciou também um aumento do Imposto sobre Operação Financeiras (IOF), que vai garantir mais R$ 20,5 bilhões neste ano.
Para tentar tornar o imposto mais "justo", o governo elevou apenas o IOF das empresas e das operações de seguros e câmbio, excluindo as pessoas físicas.
O IOF é um imposto regulatório e pode ser elevado por decreto. Diversos governos já lançaram mão desse recurso para melhorar a arrecadação. É o típico "apagar incêndio".
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tem mais capital político para aprovar no Congresso medidas de aumento de impostos.
Mesmo com o pacote, o déficit público, somados aos precatórios que o governo precisa pagar, continua alto. A dívida pública, também.
Para resolver a situação fiscal brasileira, são necessárias medidas estruturais e amargas como desvincular o salário mínimo da Previdência, ou mudar os mínimos de saúde e educação. Mas nada disso é politicamente viável antes da eleição.
O Poder e Mercado é exibido terças e quintas, às 20h, com apresentação de Raquel Landim e comentários de Mariana Barbosa e Graciliano Rocha. O programa de política e economia chega para conectar os grandes temas do Congresso Nacional a seus impactos no mercado financeiro e no dia a dia das pessoas.
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