Raquel Landim

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Opinião

Lula tenta retomar equilíbrio no conflito ucraniano ao encontrar Zelensky

Se o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Volodymyr Zelensky realmente acontecer às margens do G7, no Canadá, vai ser uma oportunidade para o líder brasileiro retomar uma postura de equilíbrio na Guerra da Ucrânia.

Segundo fontes do Itamaraty, o encontro foi solicitado por Zelensky. Desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca, o líder ucraniano perdeu muito apoio internacional, inclusive financeiro.

Zelensky sendo pressionado pelo ditador russo Vladimir Putin a aceitar condições duríssimas nas rodadas de negociações em Istambul, na Turquia, para colocar um fim à guerra. Até agora os dois lados avançaram pouco.

Lula e Zelensky já trocaram farpas públicas, inclusive por algumas declarações desastradas do brasileiro, que chegou a dizer que a Ucrânia, que foi invadida, também era responsável pela guerra.

"Quando um não quer, dois não brigam", disse Lula, lá no início do conflito.

Zelensky agora, no entanto, está acuado e o acesso do presidente brasileiro a Putin pode ajudar.

Lula também tem vantagens no encontro com o líder ucraniano.

Ao visitar Moscou no início de maio para comemorar os 80 anos da vitória russa contra o nazismo, o presidente brasileiro foi alvo de muitas críticas internas.

Lula foi praticamente o único líder democrático a acompanhar a parada militar ao lado de ditadores como Nicolás Maduro, da Venezuela, e Aleksandr Lukashenko, de Belarus.

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Pesquisas de opinião já apontaram que o apoio a ditaduras custa pontos da popularidade de Lula no Brasil.

O encontro com Zelensky recoloca o brasileiro numa posição de equidistância no conflito.

Segundo fontes do Itamaraty, a reunião está marcada para esta terça-feira, mas mudanças na agenda dos dois presidentes podem comprometer a bilateral.

Basta lembrar do "desencontro" em maio de 2023, também num G7, só que no Japão, quando as bandeiras dos dois países chegaram a ser sobrepostas na sala de imprensa.

Depois o presidente brasileiro admitiria que esperou pelo ucraniano, que não apareceu. "Fiquei chateado", disse Lula na ocasião.

Os dois posteriormente se encontraram na Assembleia Geral da ONU, ainda em 2023.

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Se ocorrer, a bilateral de amanhã será a segunda entre Lula e Zelensky.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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