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Reinaldo Azevedo

Bolsonaro tem mais é de viver, não de morrer, para pagar por seus crimes

Bolsonaro faz discurso golpista em frente ao QG do Exército, em Brasília, no dia 19 de abril. Atual ministro da Justiça não viu nada de errado... - Pedro Ladeira/Folhapress
Bolsonaro faz discurso golpista em frente ao QG do Exército, em Brasília, no dia 19 de abril. Atual ministro da Justiça não viu nada de errado... Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Colunista do UOL

10/07/2020 08h42

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André Mendonça, ministro da Justiça, já confundiu crime com liberdade de expressão. Assim, não me surpreende que confunda liberdade de expressão com crime.

Há menos de um mês, passou a mão na cabeça de delinquentes que dispararam fogos de artifício contra o Supremo, simulando um ataque armado. Agora, quer enquadrar Hélio Schwartsman, articulista da Folha, na Lei de Segurança Nacional porque este afirmou em artigo que torce para que Jair Bolsonaro morra em decorrência da Covid-19. Eu não torço. Quero que responda pelos crimes tipificados no Código Penal, na lei 1.079 e no Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional para punir indivíduos, não países, por crimes de guerra, de genocídio, de agressão e contra a humanidade.
(...)
Não terá o próprio Bolsonaro sido "consequencialista" a seu modo quando fez reiterados flertes ao morticínio em massa, alegando que a paralisação da economia geraria mais estragos do que a própria doença? A diferença entre as duas proposições pode estar apenas no preço a pagar pelo alegado bem a ser alcançado: o jornalista tratou da morte de um homem que resultaria na salvação de milhares. O presidente preferiu apostar na morte de milhares para, segundo diz, salvar os empregos.
(...)
A tese de Schwartsman é ruim, mas, obviamente, não é criminosa. Ocorre que Mendonça não sabe a diferença entre crime e liberdade de expressão e entre liberdade de expressão e crime. E só por isso é ministro de Bolsonaro.
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