Maia cumpre dever ao rebater boçalidades ditas por Bolsonaro; Fux silencia
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Pode-se concordar ou não com Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara. Uma coisa é certa: ele nunca desonrou o cargo que ocupa.
Todas as vezes em que se fez necessário ouvir a voz do Parlamento, esse Parlamento falou por intermédio de sua voz, presidente que é da Casa que, por excelência, representa o povo.
Ele rebateu duramente os ataques de boçalidade do presidente da República:
"Entre pólvora, maricas e o risco à hiperinflação, temos mais de 160 mil mortos no país, uma economia frágil e um estado às escuras. Em nome da Câmara dos Deputados, reafirmo o nosso compromisso com a vacina, a independência dos órgãos reguladores e com a responsabilidade fiscal. E a todos os parentes e amigos de vítimas da Covid-19 a nossa solidariedade."
Fez o certo.
É em momentos assim que se testa o preparo de um homem público para perceber a gravidade do momento. Sim, o ministro Luiz Fux, que preside o Supremo, deveria ter se manifestado também.
Não tinha de bater boca com o presidente. Bastava que dissesse que o tribunal não abrirá mão de zelar pelos direitos fundamentais do povo brasileiro. É óbvio? É. Mas tem de ser dito.
É preciso saber a hora de falar e a hora de calar. Fux já falou algumas vezes em hora errada. Desta feita, temos o silêncio inoportuno.
Às voltas com a escuridão do Amapá, Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, não compareceu.