Topo

Reinaldo Azevedo

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Coluna: Pregação golpista não é mais apito de cachorro, mas ataque dos cães

Reprodução
Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

01/04/2022 06h51

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Leiam trechos da minha coluna na Folha desta sexta:
*
Ninguém tem o direito de duvidar de que Jair Bolsonaro e alguns outros extremistas com ou sem farda, de uniforme ou de pijama, estão se preparando para tentar golpear as eleições caso Lula vença a disputa. Os sinais estão em toda parte. Não se trata de ilações oriundas de maquinações conspiratórias. Como sempre acontece desde a fábula do lobo e do cordeiro, os argumentos não têm importância, só os pretextos. Os outros pré-candidatos vão ou não defender a ordem legal? Já não se trata de combater o "apito de cachorro", mas o ataque dos cães. A intimidação se adensa de forma escancarada. No Rio Grande do Norte, o dito "Mito" associou a população armada ao resultado das urnas. Em caso de vitória do "mal" --e ele se refere obviamente ao candidato petista--, então cumpre, nas suas palavras, dar "até a vida", necessariamente a dos outros, pela "nossa (deles!) liberdade". A liberdade de rasgar a Constituição, a exemplo de 1964. O golpe, note-se, foi exaltado por Braga Netto, dublê de general da reserva, ministro da defesa e pré-candidato a vice na chapa do "capitão", numa Ordem do Dia que, dadas essas circunstâncias, entra para a história como uma das peças mais desavergonhadas da República em razão das mentiras que conta, das conclusões a que chega e das ameaças que embute.
(...)
A tal "terceira via" se esboroou, como antevi desde sempre. O nem-nem, a "quimera da dupla negação", tinha uma falha moral imperdoável --e há o risco de conservá-la em se chegando a algum nome: nunca disse que inegociável mesmo, acima de qualquer outro valor, é a democracia e que, pois, uma composição com o golpista, num eventual segundo turno, é impossível. E poderia tê-lo feito, mesmo opondo-se ao pré-candidato do PT. Não conseguiu estabelecer a hierarquia entre o inaceitável e o indesejável porque tentou ser, de algum modo, beneficiária da política do "medo do comunismo", aquele miasma fétido que vem lá de 1964. Pouco importa quantos sejam os candidatos, convém fazer a Frente Única em favor da democracia. O resto vem depois. "Ah, isso só favorece Lula..." Não é verdade. Mas e se fosse? Contra Lula, vale dar uma piscadela para o golpe?
Íntegra aqui