Zambelli é condenada por vazar telefone de mulher que a chamou de fascista
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi condenada pela Justiça paulista por divulgar nas redes sociais o número do telefone celular de uma professora que havia lhe chamado de "fascista" em uma mensagem privada.
Zambelli terá de pagar uma indenização de R$ 3 mil à professora, de acordo com a sentença da juíza Camila Franco Bariani.
Além de Zambelli, também foi condenado o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), que compartilhou os dados pessoais da professora.
No processo aberto contra Zambelli e Gayer, a professora disse que enviara a mensagem à deputada, pois "estava inconformada com atitudes" que ela havia tomado.
A mensagem dizia: "cu de mascar rola. Vsf fascista do kralho".
A professora disse à Justiça que Zambelli publicou o print da mensagem em suas redes sociais, sem se preocupar em esconder o seu número de telefone. Por conta disso, afirmou, passou a ser importunada por seguidores da parlamentar, com telefonemas durante a madrugada e mensagens de texto ofensivas e ameaçadoras.
Na defesa apresentada à Justiça, a deputada afirmou não ter cometido ato ilícito.
"A responsabilidade de toda e qualquer exposição sofrida é da própria requerente [a professora], já que não se privou de cometer o ato ilícito com seu número de celular e com sua foto, o que demonstra seu descompromisso com sua imagem", declarou à Justiça.
O que disseram os parlamentares
Zambell disse ter sido ofendida pela professora, e que ela é quem deveria lhe pagar uma indenização.
Gayer se defendeu dizendo que a professora "tenta se beneficiar da própria toopeza, pois foi ela quem iniciou o imbróglio com agressões verbais" à colega.
Ao condenar Zambelli e Gayer, a juíza Camila Franco Bariani disse ter sido indevida a divulgação do número do telefone celular:
"Os requeridos [os deputados] são pessoas públicas e possuem ciência do enorme alcance que suas mensagens públicas atingem", afirmou. "Ao divulgarem o número privado da autora do processo nas suas redes sociais, certamente procuravam que os seguidores oferecessem algum tipo de represália."
A juíza destacou que o valor da indenização ficou baixo do padrão desse tipo de caso, pois a professora, ao enviar a mensagem, "adotou um comportamento belicoso e, dentro do contexto eleitoral, assumiu o risco de sofrer represálias, as quais, no entanto, ultrapassar o limite da legalidade"
Os deputados ainda podem recorrer.
Deixe seu comentário