Rogério Gentile

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Reportagem

Padrinho de casamento de Dudu vira réu por golpe de R$ 22 mi no jogador

A Justiça aceitou a denúncia contra Thiago Soubhia Donda, que passa a ser réu em processo no qual é acusado de aplicar um golpe milionário no jogador Dudu, ex-Palmeiras.

Thiago foi padrinho de casamento, amigo e assessor do atleta, hoje no Cruzeiro. Além dele, também foi denunciado Joelson Aguilar dos Santos, ex-gerente do Bradesco.

Estima-se que o atleta tenha sofrido entre 2018 e agosto de 2023 um prejuízo de cerca de R$ 22 milhões. O dinheiro teria sido movimentado das contas do jogador com base em assinaturas falsas.

De acordo com o processo, Dudu desconfiou que estava sendo lesado ao ser informado que sua empresa não recolhia impostos desde 2018. Ele, então, solicitou ao banco acesso aos extratos de todas as suas contas e descobriu a existência de inúmeras transferências que não autorizara.

Ao aceitar a denúncia feita pelo Ministério Público, a Justiça considerou haver indícios suficientes para a abertura de um processo penal por crimes de estelionato e associação criminosa. Thiago e Joelson terão um prazo para apresentar defesa por escrito.

Pela decisão, eles vão responder a acusação em liberdade, uma vez que são réus primários e a fase de investigação já foi concluída. A Justiça levou em conta ainda o fato de que os supostos crimes foram cometidos sem violência ou ameaça.

O que dizem os réus

O advogado Wellington Martins, que representa Thiago Donda, disse à coluna que ele é inocente.

"A defesa reitera a total inocência do Sr. Thiago Donda e manifesta sua plena confiança na Justiça. Destacamos que, até o presente momento, não houve oportunidade de exercer o contraditório de forma plena. Com a aceitação da denúncia, surge agora a possibilidade de efetivar o contraditório e a ampla defesa, o que permitirá demonstrar, de maneira inequívoca, a inocência de nosso cliente frente às acusações que lhe foram imputadas", afirmou por meio de uma nota.

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O advogado disse não poder entrar nos detalhes acerca do mérito das acusações, pois o processo tramita sob segredo de Justiça.

Ele citou no texto que Thiago Donda iniciou o trabalho de gestão da carreira de Dudu quando o jogador tinha 13 anos. "Foi um trabalho vitorioso, marcado pela dedicação e pelo auxílio no desenvolvimento profissional do atleta. Contudo, talvez o maior equívoco tenha sido concentrar esforços exclusivamente na formação de um excelente jogador de futebol, deixando em segundo plano a formação integral da pessoa para a vida", afirmou.

À polícia, Joelson declarou que as fichas bancárias foram assinadas por Dudu, e que por inúmeras vezes, como gerente de sua conta, foi recolher as assinaturas no Centro de Treinamento do Palmeiras.

Disse possuir diversas "mídias" que comprovam que Dudu assinou os contratos e fichas bancárias. Segundo ele, para se resguardar, realizava gravação ou fotografia dos procedimentos.

Ele afirmou ainda que "em nenhum momento recebeu valores de eventuais ilícitos sofridos pela vítima".

Reportagem

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