Justiça bloqueia veículos de empresário bolsonarista que ameaçou Lula
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A Justiça paulista bloqueou dois veículos do empresário bolsonarista José Sabatini, de 74 anos, que foi condenado a pagar uma indenização de R$ 46,8 mil (em valores atualizados por juros e correção monetária) ao presidente Lula.
O bloqueio foi determinado no dia de 5 de fevereiro, pois o empresário não cumpriu a ordem de pagamento.
Sabatini foi condenado a indenizar Lula em razão de um vídeo que divulgou na internet em 2021 com ameaças ao petista.
No vídeo, portando uma arma, o empresário, que está em um campo de treinamento de tiros, chama o petista de filho da p* e diz que ele terá problema.
"Lula, seu filho da p*, quero dar um recado para você, tá? Hoje é sábado, dia 13 de março, presta atenção no recado que eu vou dar para você, seu vagabundo. Se você não devolver os R$ 84 bilhões que você roubou do fundo de pensão dos trabalhador [sic], você vai ter problema, ein, cara", afirma Sabatini que aparece no vídeo com uma bandeira do Brasil amarrada na cintura.
Na sequência, ele diz ainda:
"Outro recado: não tenta transformar o meu país numa Venezuela. Eu vou derramar meu sangue, mas vou lutar pelo meu país. Tá entendendo o recado, tô sendo claro com você? Não admitirei você transformar o meu país numa Venezuela. Você vai ter problema, hein, cara. Valeu!?"
Ao condenar o empresário em outubro de 2023, o juiz Fernando Domingues Ladeira declarou que o seu comportamento poderia acarretar riscos à vida de Lula ao "induzir terceiros a prática de atos desatinados".
O processo já transitou em julgado, ou seja, não cabe mais recurso.
Como ele não pagou a indenização determinada, a Justiça inicialmente determinou a penhora de suas contas bancárias, mas nem R$ 1 foi encontrado.
O bloqueio dos veículos, um Hyundai Veracruz de 2011 e um reboque rodoviário de 1991, é o primeiro passo para um eventual leilão dos bens.
Na defesa apresentada à Justiça, Sabatini disse que em nenhum momento quis ameaçar diretamente Lula, mas, sim, "mostrar sua indignação".
Ele afirmou no processo que não abordou mentiras ou sequer difamou a sua honra. Segundo o empresário, ao afirmar que Lula teria problemas, fazia referência a "problemas judiciais".
Sabatini disse ainda que Lula, com a ação, queria, "na verdade", impedi-lo de "exercer sua liberdade de crítica política, bem como se enriquecer a sua custa".
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