Justiça condena empresário e corretor por agressão a Henri Castelli em AL
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O empresário Bernardo Malta de Amorim e o corretor de imóveis Guilherme Accioly Ferreira foram condenados pela Justiça paulista a pagar uma indenização de R$ 55 mil ao ator Henri Castelli por danos morais e estéticos.
Em dezembro de 2020, eles agrediram Castelli em um restaurante em Alagoas.
O ator teve a mandíbula fraturada na briga e teve de se submeter a uma cirurgia. Ele ficou com uma sequela em razão da perda de sensibilidade da pele na região em que sofreu a agressão, no lado direito de sua face, próximo da boca e do queixo.
Castelli pediu indenização de R$ 412 mil
Castelli tratou publicamente do episódio em um vídeo divulgado em suas redes sociais dias depois dos fatos. Chorando, afirmou que havia sido "covardemente agredido", mostrou a fratura em sua mandíbula e disse que processaria os responsáveis.
Na ação, o ator pediu uma indenização de R$ 412 mil. Ele afirmou que foi agredido pelas costas, "por duas pessoas que não conhece" e com quem "nunca manteve diálogo ou qualquer tipo de relação".
"Foi muito triste o que aconteceu comigo. Fui agredido covardemente sem chance de me defender. Eu estava com alguns amigos e, do nada, fui puxado pelas costas, jogado no chão e agredido, vítima de socos e chutes no rosto", contou no vídeo publicado nas redes sociais.
O ator disse à Justiça que ainda sente dores na mandíbula, que se agravam com as alterações climáticas, e que tem a sensação contínua de deformação. Ele disse que passou a ter o hábito constante de esconder parte do rosto com as mãos em razão disso.
Um laudo assinado pelo perito Basílio de Almeida Milani informou ser possível que a estrutura anatômica da mandíbula de nunca mais volte ao seu formato 100% original.
Segundo o perito, um lado da mandíbula não está exatamente igual ao outro, mas essa assimetria não é acentuada ao ponto de caracterizar uma deformidade.
Condenados alegam "legítima defesa"
Na defesa apresentada à Justiça, Accioly Ferreira disse que Castelli iniciou a confusão. Afirmou que ele estava completamente "alterado e imbuído de uma valentia desnecessária" em razão de um entrevero por questões profissionais com o empresário Bernardo.
De acordo com ele, o ator foi em direção ao empresário "para tirar satisfação e enfrentá-lo através de contato físico".
Guilherme disse que, ao tentar separá-los, sofreu um soco no rosto desferido por Castelli. Então, sempre segundo seu relato, por "instinto", deu-lhe um único soco "em reação à agressão que sofrera antes".
Bernardo Amorim, ao se defender, disse que a narrativa de Castelli é "esdrúxula" e que ele "inverte toda a situação".
Afirmou que havia franqueado o acesso de Castelli a uma festa em um estabelecimento do qual é proprietário, bem como emprestado uma embarcação ao ator para que ele aproveitasse o final de ano no litoral de Alagoas. Ao encontrá-lo posteriormente no restaurante, quis saber se tudo havia corrido bem, mas Castelli, segundo ele, teria respondido que a festa tinha sido uma "bosta".
Mais tarde, disse o empresário, Castelli o procurou com provocações. "Pegue aqui", teria dito, segurando a genitália. Em seguida, o ator teria tentado lhe desferir um soco, que acabou atingindo Guilherme.
Bernardo disse que apenas revidou a agressão, agindo em legítima defesa.
A juíza Luciane Tavares não aceitou a argumentação.
"A reação dos réus ao evento foi extremamente violenta, completamente desproporcional ao dano por eles alegado", declarou na decisão, citando que Castelli saiu ensanguentado do local.
Bernardo e Guilherme ainda podem recorrer. O valor da indenização, de acordo com a sentença, ainda será acrescido de juros desde a época dos fatos.
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