Justiça congela R$ 34 mil do ex de Ana Hickmann após ofensa a médico cubano

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O empresário Alexandre Bello Correa, ex-marido da apresentadora Ana Hickmann, teve as contas bloqueadas pela Justiça paulista em um processo no qual foi condenado a indenizar um médico cubano.
Cerca de R$ 34 mil foram bloqueados.
Correa foi condenado, pois, em 2017, ofendeu o médico que o havia atendido no Hospital Samaritano de Sorocaba, no interior paulista. Ele tinha passado mal em sua casa de campo na cidade vizinha de Itu. Estava com dificuldade para respirar e com uma forte dor abdominal. Considerando não ter sido bem atendido no hospital, o então marido de Hickmann postou a foto do médico nas suas redes sociais e afirmou: "Caso se veja na frente dele em um pronto-socorro, corra. Ele não sabe o que faz."
Na sequência, dirigindo-se ao Conselho Regional de Medicina (CRM), disse: "Não permita que um estrangeiro faça isso com a nossa população".
Em um outro post no qual relatou ter passado por um novo atendimento, desta vez no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, voltou a atacar o médico de Sorocaba: "Moral da história: médico cubano é igual a petista: não vale porra nenhuma!".
Médico foi demitido após crítica de Alexandre
O médico disse à Justiça ter sido vítima de xenofobia e que, em razão da repercussão das publicações, foi demitido do hospital.
"Como se não bastasse a perda do emprego, o autor [do processo] teve consequências ainda mais graves, pois além de ser hostilizado na rua por pessoas da cidade, ainda se viu diante de um quadro de depressão pelo ocorrido", afirmou seu advogado à Justiça.
Correa, que se separou da apresentadora no final de 2023 após ela registrar um boletim de ocorrência por violência doméstica, se defendeu no processo declarando não ter cometido conduta ilícita. Afirmou que, por possuir uma saúde extremamente frágil, é "absolutamente neurótico com qualquer tipo de doença".
Ele disse à Justiça que, na ocasião, ficara extremamente indignado com o "diagnóstico precipitado e equivocado" dado pelo médico, que havia "colocado sua vida em risco". As publicações nas redes sociais, afirmou no processo, foram um "desabafo".
"Em nenhum momento Correa proferiu palavras de baixo calão contra a pessoa do médico, não o esculachou ou até mesmo o humilhou com as suas expressões, apenas relatou com tom de indignação o que realmente ocorreu, alertando para as pessoas que moram em Sorocaba sobre o atendimento e a experiência péssima que teve", afirmou sua defesa na ação.
Correa foi condenado em primeira e em segunda instância a pagar uma indenização que, em valores atualizados por correção monetária e juros, atinge os R$ 34 mil.
Na decisão tomada em dezembro de 2022, o desembargador Enéas Garcia, relator do processo, destacou que as publicações superaram o âmbito do direito de crítica, enveredando para o campo da ofensa pessoal.
O processo transitou em julgado no dia 6 de maio, ou seja, não cabe mais recurso.
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