Rogério Gentile

Rogério Gentile

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

Cantor apelidado de 'pagodeiro do PCC' diz correr risco de vida em presídio

O cantor e empresário Vagner Borges Dias, o Latrell Brito, de 45 anos, disse à Justiça correr risco de morrer no Conjunto Penal Masculino de Salvador, onde está preso preventivamente desde o início ano.

Latrell Brito é acusado pelo Ministério Público de liderar um esquema para fraudar licitações e lavar dinheiro do tráfico de drogas do PCC por meio de contratos públicos com diversas cidades do Estado de São Paulo.

Em abril do ano passado, o Ministério Público deflagrou uma operação, mas Brito conseguiu fugir minutos antes da batida. Ele ficou nove meses foragido até ser preso em Camaçari, no litoral da Bahia. Por conta da acusação, passou a ser conhecido como "o pagodeiro do PCC".

Preso nega fazer parte do PCC

O cantor, que nega envolvimento com a facção criminosa, disse à Justiça estar correndo risco de vida, "em situação de extrema vulnerabilidade", uma vez que, "sendo uma pessoa pública, com milhares de seguidores nas redes sociais", o caso acabou tendo uma grande repercussão na mídia.

Ele afirmou no processo que no presídio há uma briga de facções criminosas e que já sofreu diversas ameaças, tendo de ficar sempre separado, "não podendo receber visitas, tomar banho de sol e ter os mínimos direitos legais de um preso".

"As acusações que lhe imputam vínculo com organização criminosa acabaram por estigmatizá-lo dentro do sistema penitenciário, colocando-o em posição de grande hostilidade perante outros detentos e até mesmo agentes penitenciários. Sua prisão preventiva, além de ilegal, representa uma ameaça concreta e iminente para sua integridade física e à própria vida", afirmou à Justiça o advogado Rubens Catierce Junior, que o representa.

A defesa do cantor pediu a revogação da ordem de prisão e a eventual substituição pela prisão domiciliar. Em outro documento, cuja liminar foi negada pelo desembargador Sergio Ribas, pediu a transferência do cantor para o presídio de Tremembé, no interior paulista, conhecido por abrigar presos famosos e de casos de grande repercussão.

No pedido, ele declarou que os crimes atribuídos a ele são de ordem documental, não representando qualquer perigo à ordem social se for posto em liberdade.

Continua após a publicidade

A defesa de Brito disse à Justiça, em relação ao mérito das acusações, que "é absurdo querer vinculá-lo à facção criminosa" e que a acusação se sustenta no fato de ele ter supostamente dialogado com pessoas com antecedente criminal. "Mas isso não basta para a conclusão de que ele pratica crime ou faça parte da facção criminosa", afirmou o advogado à Justiça.

Ele declarou ainda que não há qualquer prova documental que demonstre que houve danos ao erário público. Segundo a defesa, os processos licitatórios foram extremamente competitivos e não houve fraudes.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.