Opção preferencial pelo Senado gera embate de Rodrigo Maia com Paulo Guedes
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"Vingança é um prato que se come frio." ´É com este bordão que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e seus aliados estão assistindo à dança de acasalamento entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Guedes seguiu determinação do presidente Jair Bolsonaro de iniciar pelo Senado a tramitação das Propostas de Emenda Constitucional (PECs) do pacote de novas reformas econômicas do governo.
Na terça-feira, 5, o ministro e o presidente apresentaram as propostas no Senado Federal. Rodrigo Maia fez questão de não comparecer.
Em evento na CNI, elogiou a ideia geral de redução do tamanho do Estado, mas cutucou: "Bolsonaro esteve no Congresso com uma pauta ambiciosa e importante, com alguns temas difíceis, que certamente não vão prosperar"
Hoje, o ministro reuniu pela manhã os 37 senadores na residência de Alcolumbre para explicar detalhes dos projetos e definir com o presidente do Senado os nomes dos senadores que assumirão a autoria dos textos.
A legislação determina que os projetos legislativos do governo devem ter sua tramitação iniciada pela Câmara. Se aprovados, seguem para o Senado e, caso sofram alteração, retornam à Câmara para a palavra final.
Assim um senador terá que assumir a paternidade de cada uma das PECs para ela tramitar como iniciativa parlamentar.
Guedes e Bolsonaro inverteram a ordem para fugir de Rodrigo Maia que, na Câmara, fechou aliança com o Centrão e uma parcela da oposição.
No Senado, a aliança prioritária de Alcolumbre está sendo com o MDB dos líderes do governo Fernando Bezerra (PE) e Eduardo Gomes (TO).
Rodrigo Maia fez questão de se ausentar da visita de Bolsonaro ao Congresso.
Ontem, no Palácio do Planalto, a explicação era de que o encontro seria hoje, quando Bolsonaro e o ministro iriam à Câmara para apresentar o projeto de reforma administrativa. Mas a visita acabou não sendo marcada.
Oficialmente a entrega da reforma administrativa à Câmara ficou para a semana que vem.
Outro nó na relação de Rodrigo Maia com o ministro da Economia e o presidente é a reforma tributária. Maia e seus aliados enxergam uma articulação do governo para derrubar o projeto em tramitação na Câmara. Daí porque Guedes tem retardado a apresentação de seu texto.
Mas os líderes na Câmara repetem reservadamente quem sairá perdendo com a guerra é o governo: só terão prosseguimento na Câmara as propostas que os deputados considerarem, eles próprios, urgentes e o restante será cozinhado em banho maria.
Afinal, a vingança é um prato que se come frio.
O tempo joga contra o ministro e o presidente. Se até meados do ano que vem a economia não retomar o caminho de um crescimento razoavelmente robusto, Guedes correrá o sério risco de perder o cargo.
Quanto a Bolsonaro, estaria mais e mais acossado pelos problemas com seus filhos e pela guerra com as Organizações Globo.
Guerra esta na qual Bolsonaro tem certeza de que Rodrigo Maia está alinhado com a direção da emissora.
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