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Tales Faria

De FHC sobre Lula: "Ele continua ficha suja; é hora do centro progressista"

01.jan.2003 - O presidente eleito Luis Inacio Lula da Silva (PT) recebe a faixa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, durante cerimônia de posse, no parlatório do Palácio do Planalto, em Brasília (DF) - Lula Marques/Folhapress
01.jan.2003 - O presidente eleito Luis Inacio Lula da Silva (PT) recebe a faixa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, durante cerimônia de posse, no parlatório do Palácio do Planalto, em Brasília (DF) Imagem: Lula Marques/Folhapress

Colunista do UOL

08/11/2019 10h26

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Terminado o governo de Fernando Henrique Cardoso, ocorreu o mesmo que no PT de Luiz Inácio Lula da Silva: ninguém conseguiu assumir a liderança real do PSDB.

Os candidatos à Presidência da República pelo partido que se seguiram não emplacaram. Nem José Serra, nem Aécio Neves, nem Geraldo Alckmin, e nem mesmo o atual mais provável candidato, o governador João Doria, de São Paulo.

E, como Lula no PT, FHC continua sendo a voz mais ouvida entre os tucanos.

O blog resolveu, então, perguntar ao ex-presidente da República qual o resultado, para as eleições de 2022 e de 2020, da provável liberação do petista da prisão, após a decisão do STF desta quinta-feira, 7.

Fernando Henrique disse ser improvável que Lula volte para a cadeia.

"O STF deixou a liberação dos condenados nas mãos das instâncias inferiores: em tese, cadeia só com trânsito julgado; salvo se os julgadores explicitarem o contrário. Haverá pedidos de liberação. Acho difícil, no caso do Lula, uma decisão pela continuidade da prisão", afirmou.

Mas o ex-presidente tucano faz uma ressalva importante, do ponto de vista legal:

"Lula, contudo, continua tendo 'ficha suja'. Em tese não poderia se candidatar. Poderá agir politicamente e tem competência para tal."

E aí?, pergunta o blog. "O jogo dependerá dos demais candidatos, do que disserem e representarem", respondeu.

Como o PSDB deverá agir?

A proposta de Fernando Henrique Cardoso é insistir numa grande aliança pelo centro. Ou seja, uma opção contra o conservadorismo de Bolsonaro, contra o ultraliberalismo do ministro da Economia, Paulo Guedes, e contra o esquerdismo do PT.

"Mais do que nunca se torna necessário uma aliança em torno de alguém que represente o que chamo de um centro liberal, democrático e progressista. Que respeite as forças do mercado, mas entenda que as pessoas existem. Que tenha lado e não acredite que a pobreza e a miséria desaparecem quando o mercado vai para as alturas", professa.

Mas, cá pra nós, haverá tal aliança? Ele responde:

"Não sei. Política não é um recurso 'natural'. Depende também da criatividade e do empenho dos humanos..."