Eduardo Bolsonaro apoiou acordo de emendas impositivas que originou a crise
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As tais "emendas impositivas" ao Orçamento da União são o cerne da mais recente crise política do Brasil.
É por causa delas que o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, disse que Bolsonaro tinha que dar fim à "chantagem" dos políticos e acabou conclamando os bolsonaristas para as ruas.
A manifestação contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal ficou marcada, então, para o próximo dia 15 de março. O presidente resolveu promovê-la nas suas listas de WhatsApp e deflagrou o que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso classifica como uma "crise institucional".
Mas é preciso que se diga, as tais "emendas impositivas" têm ganhado amplitude no Congresso por sucessivos acordos, desde os tempos do então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), na virada do século.
Filho do presidente da República, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi articulador de um desses acordos, em 26 de março do ano passado. Ele próprio postou no Twitter:
Vale explicar que antigamente as emendas dos parlamentares ao Orçamento poderiam ou não ser cumpridas pelo poder Executivo.
Essas emendas são a forma pelas quais deputados e senadores destinam recursos federais para seus redutos eleitorais.
Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA) foi quem iniciou um movimento parta tornar a liberação pelo Tesouro obrigatória. Primeiro o Congresso tornou impositivas as emendas individuais.
No dia 26 de março do ano passado, os deputados aprovaram uma Proposta de Emenda Constitucional que tornou impositivas, a partir de 2020, emendas mais importantes: aquelas apresentadas em conjunto pelas bancadas estaduais. São as chamadas emendas de bancadas.
Foi o acordo em torno dessa aprovação que Eduardo Bolsonaro fez questão de aplaudir no plenário.
O projeto foi ao Senado e acabou aprovado pelo Congresso. Em dezembro também se tornaram impositivas as emendas apresentadas pelas comissões encarregadas de analisar o Orçamento, assim como as do relator-geral.
As emendas impositivas tornam o Congresso poderosíssimo. São o cerne do que vem sendo chamado em Brasília de parlamentarismo branco.
O imbróglio mostra bem como tem funcionado o governo Bolsonaro. Ora ele fecha acordo com o Congresso, ora nega que tenha feito acordo. Ora se diz enamorado de integrantes da velha política, ora ameaça jogar o povo contra o Parlamento.
Ou mesmo uma bomba:
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