Salles segue estratégia de Bolsonaro contra Rodrigo Maia
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Sabe aquela máxima do Nunes, ex-atacante campeão do Mundo pelo Flamengo? Ele explicava seus dribles assim: "Fiz que fui, não fui, e acabei fondo". É como Bolsonaro está jogando na política.
Seus ministros seguem o chefe e fazem o mesmo. Como o Ricardo Salles nas brigas com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e com o general Ramos, ministro-chefe da Secretaria de Governo,
A última do Bolsonaro foi essa história da privatização das Unidades Básicas de Saúde. Bolsonaro soltou o decreto autorizando estudos. Fez que foi. Mas não foi, porque suspendeu o decreto.
Só que, como o Nunes, ele pensa assim: "acabarei fondo!".
O recuo ocorreu simplesmente porque este não era o momento de tratar de assuntos impopulares.
Como eu já disse aqui, Bolsonaro acertou com o centrão de guardar o saquinho de maldades para depois das eleições municipais.
É quando tentarão votar o tal ajuste fiscal proposto por Paulo Guedes: cortes de salários dos servidores, cortes de benefícios da Previdência, privatizações, et cetera.
A mesma, digamos, estratégia de idas e vindas é seguida pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Primeiro ele chamou de Maria Fofoca o general Ramos.
Foi.
Depois recuou, pediu desculpas. Mas já tinha ido.
Bolsonaro, literalmente passou a mão na cabeça do Salles na frente do general. Depois, fez que deu uma bronca nos dois.
Mas não deu.
Agora Salles repetiu a dose com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que havia criticado o Ministério do Meio Ambiente.
Na sua conta no Twitter, chamou o presidente da Câmara de Nhônho, aquele gordinho do seriado do Chavez.
Foi. Depois recuou.
Disse que não foi ele quem publicou aquilo na sua conta. Fez que não foi. Mas o fato é que acabou, digamos,"fondo!".
Rodrigo Maia, aliás, que se cuide. Hoje, ele o presidente da República parecem estar se dando bem como nunca.
Afinal, para Bolsonaro, este não é o momento de brigar com o presidente da Câmara. Depois das eleições municipais, o governo vai precisar acelerar a votação de seus projetos no Congresso, e é melhor manter as aparências por enquanto.
Bolsonaro e os bolsonaristas chegaram a fingir que iam para essa batalha no início do ano. Mas não foram.
O recuo foi o suficiente para Maia também recolher suas armas. Porque, para ele, também não é o momento de brigar. Maia joga com a possibilidade de permanecer no comando da Câmara, e, para isso, tenta não bater de frente com toda a base governista no Congresso.
Mas chegará o momento da eleição do presidente da Câmara. Está marcada para fevereiro. A campanha esquentará em dezembro e janeiro.
Ali, imaginam os bolsonaristas e os líderes do centrão, se tudo der certo para eles, a base do governo, sob o comando de Bolsonaro, acabará... "fondo".
Buscará eleger um nome mais confiável para o Planalto. Pode ser o líder do PP, Artur Lira, pode ser a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que é do mesmo partido de Rodrigo Maia. Pode ser o presidente do PR, deputado Marcos Pereira, que é da Igreja Universal do Reino de Deus.
Mais uma vez, Bolsonaro terá feito que foi, não foi e acabará indo.
Só não sei se dá certo repetir o mesmo drible o tempo todo. Afinal, os adversários não são burros.
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