Se Baleia for eleito presidente da Câmara Bolsonaro dará mais cargos ao MDB
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Os articuladores políticos do governo avaliam que há chances reais de Baleia Rossi (MDB-SP) derrotar o candidato do governo, Arthur Lira (PP-AL), na disputa pela presidência da Câmara. Se isto ocorrer, o Plano B do Planalto já está definido: distribuir benesses para deputados e senadores do partido, isolando Baleia.
O deputado, além de líder do partido na Câmara, é presidente nacional da legenda e pode se tornar muito poderoso se vencer a eleição para o comando da Casa. Mas o Planalto não afasta a ideia de cooptá-lo caso eleito.
A mesma estratégia já está sendo seguida em relação ao DEM. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é o padrinho da candidatura de Baleia e considerado hoje, no Planalto, o maior adversário do governo.
Para neutralizar o poder de fogo de Maia, Arthur Lira tem prometido aos dissidentes do DEM, com o aval do Planalto, que serão recompensados pelo governo Bolsonaro se ele for empossado no comando da Câmara.
Diferentemente de Baleia, no entanto, os auxiliares de Bolsonaro não acreditam, nem tentarão cooptar Rodrigo Maia. A avaliação é que ele perde força assim que deixar a presidência da Câmara. Além disso, sua relação com o presidente já se tornou irreconciliável.
Na verdade, para o Planalto, os dissidentes do DEM e do MDB precisarão ser agraciados independentemente do resultado da eleição das Mesas Diretoras do Congresso. Se Lira for eleito, porque apoiaram o candidato do governo; se ele perder, porque será preciso esvaziar o poder de Baleia e de Rodrigo Maia.
Foi com esse raciocínio que o Planalto começou a namorar a candidatura do demista Rodrigo Pacheco (MG) para presidente do Senado. Mas agora houve um recuo: a ideia é dar tempo para o MDB do Senado decidir quem será seu candidato ao comando da Casa.
Há muitos governistas na bancada, incluindo dois líderes do governo - Fernando Bezerra (MDB-PE) e Eduardo Gomes (MDB-TO) - que inclusive são pré-candidatos. Como não há um nome marcadamente de oposição concorrendo dentro do partido, a ideia é evitar gestos apressados no Senado.
Mas vale em relação ao Senado a mesma máxima da Câmara. Qualquer que seja o vencedor, dá para tentar cooptar. Ou isolar.
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