Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Com suspeição de Moro, Palocci, Leo Pinheiro e delatores que se cuidem
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A ministra Cármen Lúcia não só mudou o voto, mas apareceu com uma boa proposta de solução para o caso da suspeição do juiz Sergio Moro, determinada pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal.
Ela deixou claro que decidiu pela suspeição no julgamento específico do ex-presidente Lula. Que considerou ter havido, sim, perseguição ao ex-presidente. Mas que isso não se aplica aos outros condenados da Lava Jato.
Essa é a grande questão. Os aliados de Moro argumentam que a suspeição no caso de Lula pode se espraiar para todos os casos da Lava Jato.
Com a solução Cármen Lúcia, isto não necessariamente ocorrerá. É claro que vários dos condenados irão tentar se utilizar do caso Lula para arguir a suspeição em seu julgamento também.
Mas, como diria Gerson, o canhotinha de ouro da seleção canarinho de 1970, "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa".
Emílio e Marcelo Odebrecht — pai e filho da construtora que corrompeu grande parte dos políticos e funcionários públicos do país — não sofreram qualquer perseguição de Moro. Assim como nenhum daqueles diretores da Petrobras pegos com grana, muita grana, em bancos no exterior e empresas off-shore.
No máximo, o que eu acho que ainda podem ser revistas são as delações premiadas contra Lula. Se foram arrancadas em meio a um processo viciado, é razoável que sejam anuladas.
E o que isso significaria? Que o acordo fechado para culpar o ex-presidente será tornado inválido. Por exemplo: a delação serviu para diminuir a pena do ex-ministro Antonio Palocci. Serviu para aliviar Leo Pinheiro da empreiteira OAS. Então eles podem ter a pena original retomada.
Podem. Mas é pouco provável, porque vão tentar reafirmar suas delações para evitar a anulação do acordo que haviam fechado com o juiz Sergio Moro.
Esse é o desdobramento daqui para a frente.
E também como será o novo processo e julgamento do próprio Lula. Mas isso não deve atrapalhar sua candidatura em 2022.
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