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Tales Faria

REPORTAGEM

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Prefeito de Belém negocia compra de vacinas de Cuba

Chefe da Sucursal de Brasília do UOL

07/05/2021 18h29

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O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (Psol), esteve em Brasília nesta sexta-feira, 7, para encontrar-se com o encarregado de Negócios de Cuba no Brasil, embaixador Rolando Gómez González. Os dois discutiram a possível compra de vacinas cubanas pela capital paraense.

São dois os imunizantes cubanos contra a Covid-19 em estágio de desenvolvimento mais avançado: chamam-se Soberana 02 e Abdala. Ambos estão na fase 3 de ensaios clínicos, a última antes da aprovação definitiva naquele país. A expectativa é de que, dentro de poucos meses, a ilha poderá dispor de uma vacina própria para imunizar toda a sua população, de 11,2 milhões de habitantes.

O embaixador disse a Edmilson Rodrigues que ainda neste mês de maio se inicia o ultimo estágio do ensaio clinico. A ideia é vacinar em julho, em caráter emergencial, 1,7 milhão de pessoas na capital de Cuba, Havana, que é o local mais afetado pela Covid no país.

Em agosto, segundo Rolando Gomez, deverão ser enviados os relatórios para as agências de vigilância sanitária dos demais países, visando a liberação da vacina. Incluindo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Brasil.

Se tudo ocorrer bem, em outubro o embaixador Rolando Gomez viaja para Belém, quando então se assinará um acordo de cooperaçao entre Havana e a capital do Pará, abordando o intercambio nas áreas do esporte, cultura, saude e bioquimica.

Belém e Havana são "cidades irmãs" desde 2004 quando Edmilson Rodrigues, no seu segundo mandato assinou tratado neste sentido.

O prefeito pensa em adquirir cerca de 10 mil doses de vacinas para garantir a imunização de estudantes e profissionais de Educação e poder colocar em pleno funcionamento a rede de escolas municipais.

"Não tenho preferência ideológica. Pode ser uma das duas vacinas cubanas, pode ser a russa Sputnik V, a da Pfizer ou qualquer uma autorizada pela Anvisa e que esteja dentro das nossas condições de pagamento", disse Edmilson.

Ele tem pressa na aprovação de vacinas pela Anvisa:

"Também espero que não haja questões ideológicas na análise das vacinas pelas autoridades sanitárias do Brasil. A verdade é que não teremos como aguentar um terceiro ano de pandemia sem as cidades voltarem a funcionar."

Por enquanto, a Sputinik é quem tem oferecido o menor preço, US$ 9,95 a dose. Mas Cuba ainda não definiu o valor final a ser cobrado pelo seu imunizante.

O embaixador disse ao prefeito que Cuba estuda ainda uma terceira dose de reforço em suas vacinas. "Seria uma forma de garantir eficácia contra novas cepas do coronavírus", disse o prefeito.