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Tales Faria

REPORTAGEM

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Sondagem para Arthur Lira conclui: Câmara recusa afastar de Daniel Silveira

Daniel Silveira se desculpa durante sessão da Câmara que manteve sua prisão, em fevereiro  - Michel Jesus/Ag. Câmara
Daniel Silveira se desculpa durante sessão da Câmara que manteve sua prisão, em fevereiro  Imagem: Michel Jesus/Ag. Câmara

Colunista do UOL

05/05/2022 10h11

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O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pediu ao vice-líder do PV, Julio Delgado (MG), para sondar os líderes partidários se há disposição no plenário a, pelo menos, suspender o mandato do deputado Daniel Silveira.

Delgado disse à coluna que seu levantamento indica que não há essa possibilidade por enquanto: "Ouvi vários líderes. Vou comunicar ao Arthur que não dá. Infelizmente", revelou o deputado.

Ele lembrou que, no ano passado, a Comissão de Ética já havia aprovado a suspensão do mandato do deputado, por seis meses, depois que foi revelado o vídeo em que ele ameaçou fisicamente os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A recomendação do Conselho de Ética foi enviada à Mesa Diretora da Câmara. Pronta para ser votada em plenário, precisa apenas ser despachada por Arthur Lira. Provocado por Delgado, o presidente da Câmara respondeu:

"Quero muito colocar isso em votação. Esse caso já encheu! Mas o problema é que seria um desgaste muito grande submeter a suspensão ao plenário e os deputados não aprovarem nem isto. Faz o seguinte: sonda os líderes. Se você concluir que dá para aprovar, eu levo à votação."

À coluna, Julio Delgado disse já ter concluído que não dá.

"É uma pena. Seria a solução perfeita. Ele ficaria com o mandato suspenso até o final do ano e, como está inelegível, não voltaria. Ou seja, o caso estava resolvido. Mas não há disposição para provar nem esta suspensão", disse.

Os líderes dos maiores partidos governistas, quando procurados pela coluna para falar sobre a suspensão, decidiram não comentar.

O ex-líder do DEM Efraim Filho (PB) tem uma explicação compartilhada pela quase totalidade dos deputados ouvidos pela coluna:

"Na época em que o Conselho de Ética votou, havia mesmo a disposição aqui na Câmara pela suspensão do mandato. Mas agora o STF estabeleceu uma pena muito alta, de oito anos de prisão. Isso criou uma indisposição grande."