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Doria joga sobre o comando do PSDB a responsabilidade pela provável derrota
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Até aqui, o ex-governador de São Paulo João Doria era o único culpado por não ter conseguido deslanchar sua candidatura. Daqui para a frente vai poder dizer que não teve chance de tentar porque foi boicotado pelo comando do PSDB.
Resultado: será responsabilidade da cúpula do PSDB o fracasso eleitoral do partido nas eleições de outubro, se não decolar a candidata do autoproclamado centro democrático, a senadora Simone Tebet (MDB-MS).
Simone tem um árduo caminho pela frente, que é o de sair do quinto lugar nas pesquisas, que vinha frequentando até agora, para enfrentar uma eleição polarizada entre o petista Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Doria também jogou sobre os ombros do governador Rodrigo Garcia, a partir de agora, a responsabilidade por star empacado na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Garcia vinha dizendo que seu problema era a imagem ligada a Doria e que precisava tirar o ex-governador do caminho para avançar.
Doria se retira da disputa, mas continua na política. Daqui para a frente irá pavimentar o caminho da volta com alguns nomes inscritos no seu caderninho de rancores. Já havia nele o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves, com quem trava longa disputa dentro do PSDB. Agora têm lugar de honra nesse caderno o governador Rodrigo Garcia e o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo.
O ex-governador foi o principal cabo eleitoral de Bruno para assumir o comando nacional do partido. Também foi por suas mãos que Garcia tornou-se vice-governador e deixou o DEM para se filiar ao PSDB e se candidatar. Para Doria e seus aliados, os dois agora não passam de traidores.
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