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Tales Faria

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Comando do Congresso sinalizou ao STF pela aprovação do aumento de 18%

 Lira e Pacheco estão comprometidos com aumento de 18% do Judiciário, segundo Randolfe Rodrigues -  O Antagonista
Lira e Pacheco estão comprometidos com aumento de 18% do Judiciário, segundo Randolfe Rodrigues Imagem: O Antagonista

Colunista do UOL

11/08/2022 10h59

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Líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse à coluna que pretende votar contra o aumento de 18% nos salários do Judiciário aprovado nesta quarta-feira, 10, pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. No entanto, Randolfe teme que a benesse será aprovada:

"Vou votar contra, mas tenho dúvidas se será barrado", disse o senador oposicionista.

Para passar a valer, o aumento proposto para o Judiciário tem que ser aprovado pelo Congresso. E, caso isso ocorra, o salário de ministros do Supremo Tribunal Federal passa a valer como teto salarial para o funcionalismo público de todos os poderes.

O líder de um importante partido governista ouvido pela coluna disse que não queria falar publicamente. Mas, reservadamente, afirmou que o aumento dificilmente será rejeitado.

Segundo ele, o motivo é simples: "conta com apoios tanto de governistas como de oposicionistas, porque o salário do Judiciário serve como teto para os outros poderes."

Isso garante a aprovação? Não necessariamente. É o que argumenta, também em caráter reservado, um líder do governo Bolsonaro:

"O importante aí vai ser o momento da votação. Não vejo clima para analisar antes do primeiro turno. Depois, vai depender do clima que teremos após eleições."

Qualquer que for o presidente eleito, ele precisará conter os gastos públicos, o que, a princípio, joga a favor da derrubada do aumento.

Mas a pergunta que fica é: o novo presidente da República terá condições de entrar em choque com o Congresso e o Judiciário ao mesmo tempo? Dificilmente.

Randolfe Rodrigues acrescenta mais um problema: "os presidentes da Câmara e do Senado estão comprometidos com essa pauta."

De fato, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), embora achem "um momento complicado", já sinalizaram para ministros do STF que colocarão o assunto na pauta do plenário após as eleições, mas antes do final do ano.

A expectativa no Congresso é de que eles discutam com os líderes da Câmara e do Senado, já na próxima terça-feira, a data em que o assunto será votado.