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Os militares precisam ajudar Lula a expulsar os milicianos da caserna
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Comandante da Polícia Militar exonerado após a intervenção federal no Distrito Federal, o coronel da Polícia Militar Fabio Augusto Vieira foi um dos responsabilizados pelo fato de golpistas bolsonaristas terem conseguido invadir, no último dia 8, o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-comandante da PM disse que o acampamento golpista de bolsonaristas em frente ao Quartel-General do Exército "contribuiu muito" para o quebra-quebra.
Ele afirmou ter tentado por mais de uma vez desmobilizar o acampamento, próximo à Esplanada dos Ministérios, mas os policiais foram impedidos pelo Exército.
Contou mais: no próprio dia 8 o Exército negou a entrada de PMs no acampamento para prender suspeitos que lá se esconderam. O recado público foi dado pelos generais com dois blindados deslocados para a entrada do Setor Militar Urbano, a fim de deixar claro quem manda na área.
Como lembrou o colunista do UOL Leonardo Sakamoto, as prisões de acampados no QG envolvidos na baderna só puderam acontecer na manhã seguinte, o que deu tempo para muitos criminosos escaparem.
As perguntas que ficam no ar são: quem escapou? Quem estava ali homiziado com tanta força para mobilizar a intervenção do Exército contra as forças policiais?
Em meio à desordem das forças de segurança do Rio de Janeiro, quando a polícia se mobiliza para proteger alguém contra forças legais, nós jornalistas já sabemos: ou o protegido é alguma autoridade da própria polícia; ou se trata de um miliciano amigo.
Prefiro não acreditar que houvesse militares da ativa atuando entre os golpistas na invasão das sedes supremas dos três poderes da República. Então só resta a outra hipótese: havia algum tipo de miliciano escondido em frente ao QG.
Sim, quem atuou no quebra-quebra era de fato um criminoso. E se tinha amigos no Exército capazes de facilitar sua fuga, era uma espécie de miliciano.
E daí surge outra pergunta: quantos desses, digamos, milicianos há na caserna sob a proteção da instituição militar?
Pelo bem da democracia e da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem obrigação de encontrá-los, expulsá-los das corporações armadas e puni-los exemplarmente.
Para isso, Lula precisa falar abertamente, como o fez na entrevista à Natuza Nery, da Globo News, sobre tudo o que aconteceu e ainda está acontecendo: conivências de autoridades armadas, a tentativa de golpe de estado, a minuta de decreto golpista encontrada com um delegado da polícia federal e ex-ministro da Justiça...
E cabe aos bons militares não aceitar que esses milicianos federais atuem tão destrutivamente sobre as Forças Armadas como agiram os milicianos do Rio de Janeiro sobre as polícias do estado.
Ou seja, os militares precisam urgentemente ajudar o presidente a expulsar da caserna os milicianos que porventura tenham se infiltrado nas Forças Armadas.
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