Tales Faria

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Reportagem

Ministério da Defesa foi informado ontem da operação contra militares

O ministro da Defesa, José Múcio, e os comandantes do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, e da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, foram informados na noite desta quarta-feira (7) de que haveria uma operação de busca e apreensão contra militares na manhã de hoje.

Segundo Múcio informou à coluna, o pedido para acompanhar as operações envolvendo militares foi enviado sem citar o nome das pessoas que seriam alvo dos mandados. Somente nesta manhã os nomes foram revelados.

Os comandos militares foram avisados porque há praxe de acompanhamento das Forças sempre que integrantes da ativa nas corporações são alvo de operações programadas.

[Após a publicação dessa reportagem, o colunista e jurista Walter Maierovitch informou no UOL News que não há qualquer previsão legal determinando que comandos militares sejam previamente informados de operações policiais envolvendo seus subordinados]

Foram expedidos ao todo 33 mandados, sendo 16 contra militares de diferentes patentes.

Entre os nomes divulgados por policiais federais, estão os generais da reserva Braga Netto, que foi ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa à reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, Augusto Heleno (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-comandante do Exército e ex-ministro da Defesa), além do almirante Almir Garnier Santos (ex-comandante da Marinha).

A operação foi batizada pela Polícia Federal de Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim), com ordem de busca e apreensão de materiais em posse dos envolvidos na tentativa de "disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar".

Além das buscas e apreensão, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou também a apreensão, em 24 horas, do passaporte de Bolsonaro.

Também são alvo de mandados outros assessores do ex-presidente e integrantes do suposto "Gabinete do Ódio" do Palácio do Planalto, investigado por produzir e divulgar as chamadas fake news contra o Supremo Tribunal Federal, o sistema eleitoral e adversários políticos de Bolsonaro.

Reportagem

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