Tales Faria

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Governo tenta adiar disputa na Câmara para depois das eleições municipais

O Palácio do Planalto está cobrando dos líderes de bancada que paralisem até as eleições municipais, em outubro, a disputa pelo comando da Câmara em 2025.

O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), havia declarado que anunciaria o nome de seu candidato à sucessão em agosto. Depois adiou para o início de setembro, mas até agora não o fez.

O líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), não aceita o armistício. Ele está irritado com o que considera "uma traição" do atual presidente da Câmara à sua candidatura para comandar a Casa.

Elmar está cobrando de seu partido uma definição sobre o acordo que firmou com outro candidato ao cargo, o líder do PSD, Antônio Brito (BA).

Os dois combinaram apoio mútuo a quem estiver mais bem colocado na disputa.

Publicamente, o União Brasil tende a anunciar apoio ao acordo, em solidariedade ao líder. Mas nos bastidores o partido está cético.

A avaliação dos correligionários de Elmar é de que um acerto formal com Brito só deveria ocorrer se o União Brasil integrasse a base de sustentação ao governo no Congresso.

Formalmente o partido se declara independente em relação ao Palácio do Planalto. Mas, de qualquer maneira, acha que neste momento tem que manifestar solidariedade ao líder que foi abandonado por Arthur Lira.

O presidente da Câmara havia se comprometido com Elmar a defender seu nome para a sucessão, mas passou a articular em favor do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).

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Motta teve seu nome levado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo presidente nacional do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP). Ele também é apoiado pelo presidente nacional do partido de Lira, senador Ciro Nogueira (PP-PI), e pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Marcos Pereira declarou que Lula gostou da indicação de Motta para o comando da Câmara. Mas o presidente da República tem declarado que cabe à Câmara escolher o nome, e que ainda há tempo para uma definição.

O temor do Planalto é de que a campanha pela presidência da Câmara acabe prejudicando a aprovação de matérias como a compensação pela desoneração de impostos, a regulamentação da reforma tributária. A votação desses temas está prevista para esta semana.

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