Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Caso da ex-mulher na rachadinha mostra que a vez de Bolsonaro está chegando
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Quando entrou para a política, em 1988, Jair Bolsonaro tinha um Fiat Panorama, uma moto e dois lotes baratos no interior do Rio de Janeiro.
Desde então, não apenas subiu na vida (em 2018, quando se candidatou à Presidência, já tinha 2,3 milhões em patrimônio declarado, incluindo quatro casas), como colocou a família toda para progredir com ele: os três filhos mais velhos e uma hoje ex-mulher ganharam uma profissão pelas mãos do iniciador e mentor do clã e conseguiram fazer um bom pé de meia (junto com o pai, Flávio, Carlos e Eduardo têm hoje ao menos treze imóveis em áreas nobres do Rio, como Copacabana, Barra da Tijuca e Urca).
Até ontem, o primogênito, senador Flávio, e o Zero Dois, vereador Carlos, eram os únicos investigados da família na Justiça pela prática da rachadinha.
Ontem, chegou a vez de uma outra ex-mulher de Bolsonaro entrar para a lista dos suspeitos.
Um ex-assessor de Flávio Bolsonaro contou que, no período em que trabalhou no gabinete do hoje senador, era obrigado a devolver mensalmente 80% de seu salário e entregá-lo em dinheiro vivo para a advogada Ana Cristina Siqueira Valle, segunda mulher do ex-capitão. A informação, revelada pelo site Metrópole, foi confirmada pela colunista do UOL, Juliana dal Piva.
Ana Cristina Siqueira Valle é mãe de Jair Renan Bolsonaro, o filho Zero Quatro do presidente. Os dois mudaram-se há um mês para uma uma casa no Lago Sul de Brasília avaliada em R$ 3,2 milhões.
A prosperidade, a semelhança das acusações feitas por ex-funcionários e a fixação por saques em dinheiro vivo são, por enquanto, alguns dos elementos a unir Bolsonaro, seus filhos e, desde ontem, a ex-mulher Ana Cristina.
Quanto às diferenças, a mais relevante é que, ao contrário dos integrantes do clã que montou, Bolsonaro goza de proteção especial na Justiça em relação a acusações de crimes comuns, caso da rachadinha.
No caso da imputação de crimes que se refiram a ações realizadas antes da posse, ele só pode ser investigado depois que deixar a Presidência.
Bolsonaro acredita que chega ao segundo turno nas eleições de 2022, mas reconhece que, a partir daí, suas chances de vencer o ex-presidente Lula, seu provável rival, são pequenas.
Se as projeções mais pessimistas do ex-capitão se mostrarem verdadeiras, em breve, ele e sua família, hoje unidos na política e na prosperidade, estarão juntos também na Justiça.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.