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Thaís Oyama

REPORTAGEM

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Eduardo Leite é hoje favorito nas prévias tucanas, diz consultoria

Doria, Leite e a vontade de trair  - Divulgação
Doria, Leite e a vontade de trair Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

19/11/2021 10h41

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Eduardo Leite é hoje o favorito para vencer as prévias do PSDB que irão definir quem será o candidato do partido à Presidência da República. A conclusão é da consultoria internacional Eurasia Group, de pesquisa de risco político. A margem de vantagem do gaúcho sobre o seu principal rival, João Doria, é, porém, estreita, diz a consultoria.

Em relatório divulgado ontem, a Eurasia afirma que o "ligeiro favoritismo" do governador do Rio Grande do Sul em relação ao governador de São Paulo se deve sobretudo ao apoio que o gaúcho tem entre políticos de seu partido, incluindo nomes baseados no território de Doria (além dos políticos, têm direito a votar nas prévias do PSDB filiados do partido cadastrados).

A consultoria diz ainda que, nas eleições de 2022, o nome de Leite seria "um pouco mais competitivo" que o de Doria, dada a menor rejeição do gaúcho nas pesquisas e sua "habilidade para construir alianças".

O relatório da Eurasia afirma, porém, que nos últimos dias o governador de São Paulo vem conseguindo diminuir sua distância de Leite, o que faz com que as apostas sobre o vencedor da disputa marcada para o próximo domingo se assemelhem a um "cara ou coroa".

Recentemente, Doria ganhou o apoio público de dois políticos de peso em São Paulo, os senadores José Serra e Mara Gabrilli. Pelas regras das prévias tucanas, o voto de um senador, governador ou deputado federal equivale ao de 39 mil filiados.

Além de prever que os votos de mandatários vale mais que o de militantes, o sistema de prévias do PSDB também estabelece diferentes pesos para os estados.

Se Doria tem o diretório de São Paulo, o que mais influencia o resultado da disputa (peso de 35%), Leite ganha do rival em quantidade. Os diretórios estaduais que declararam apoio ao governador do Rio Grande do Sul ou tendem a apoiá-lo hoje somam 14: Alagoas, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Tocantins.

Já Doria tem cinco diretórios com ele, além de São Paulo: Acre, Ceará, Distrito Federal, Pará e Rio Grande do Norte. Permanecem divididos os diretórios da Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rondônia, Roraima e Sergipe. O Amazonas está com o terceiro candidato Arthur Neto, sem chances de vitória.

Na disputa praticamente cabeça a cabeça, a imprevisibilidade do resultado aumenta a partir da constatação de que o nome que os políticos-eleitores declaram apoiar não é necessariamente aquele em que irão votar.

O problema do voto secreto, como dizia Tancredo Neves, é que ele "dá uma vontade danada de trair".