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Reação de generais a Barroso é "horrorosa" e os aproxima de Bolsonaro
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Depois de elogiar o "profissionalismo" e o "respeito às instituições" por parte das Forças Armadas e citar nominalmente generais do Exército "admirados e respeitadores da Constituição", o ministro do STF Luís Roberto Barroso declarou, durante participação virtual em um evento organizado por uma universidade da Alemanha, que as Forças Armadas estão sendo "orientadas para atacar o processo (eleitoral) e tentar desacreditá-lo".
Se a intenção de Barroso era isolar o Exército, a Marinha e a Aeronáutica das críticas subliminarmente dirigidas ao presidente Jair Bolsonaro, o que o ministro conseguiu foi o inverso: sua fala contribuiu para colocar os militares ainda mais em linha com o ex-capitão nas críticas ao Judiciário.
O texto em que o novo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, repudiou as palavras de Barroso não reflete o real impacto que elas tiveram entre os militares.
Na Itália, para onde viajaram os três comandantes das Forças para a comemoração dos 77 anos da Batalha de Montese, marcada para hoje, a reação foi, nas palavras de um influente general da reserva presente ao evento, "horrorosa".
Os militares, segundo esse general, sentiram-se ofendidos com o que consideraram um "ataque à honra e a dignidade das Forças" — no entender deles, postas em dúvida por Barroso— e com "a covardia de atacar um presidente por meio do uso da instituição".
Em grupos de WhatsApp de oficiais da ativa, integrantes chegaram a defender o enquadramento de Barroso por crime militar ("propalar fatos, que sabe inverídicos, capazes de ofender a dignidade ou abalar o crédito das FA"), ideia propagada nas redes sociais pelo general reformado Paulo Chagas.
No Alto Comando do Exército, que reúne a cúpula da Força mais politizada entre as três, a fala de Barroso, segundo um interlocutor dos generais, surtiu o mesmo efeito que já havia causado a condenação do deputado bolsonarista Daniel Silveira pelo STF: a de reagrupar em torno do presidente comandantes que, desde a série de demissões de colegas do governo, consideradas humilhantes, andavam "impacientes" com o ex-capitão.
Hoje, é seguro dizer que a maior parte dos 14 generais que formam o Alto Comando do Exército está mais afinada politicamente com Bolsonaro do que nunca — o que inclui o recém-nomeado comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes.
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