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Thaís Oyama

REPORTAGEM

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Chance de haver 2º turno entre Lula e Bolsonaro é de 99%, diz estatístico

O ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro: chances de segundo turno nunca foram tão altas - Ricardo Stuckert e Isac Nóbrega
O ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro: chances de segundo turno nunca foram tão altas Imagem: Ricardo Stuckert e Isac Nóbrega

Colunista do UOL

16/08/2022 04h00

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Esta é parte da versão online da edição da newsletter da Thaís Oyama enviada ontem (15). Na newsletter completa, apenas para assinantes, a colunista conta que as chances de haver um segundo turno entre Lula e Jair Bolsonaro nunca foram tão altas: 99%, segundo o estatístico Neale El-Dash. O texto traz ainda a coluna "Em off", que revela a reação de um teólogo e de um integrante da campanha eleitoral de Bolsonaro a um vídeo compartilhado pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que associa Lula a religiões "das trevas". Quer receber antes o pacote completo, com a coluna principal e mais informações, no seu e-mail, na semana que vem? Inscreva-se aqui.

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É de 99% a chance de haver segundo turno entre Lula e Bolsonaro

O cálculo é do estatístico e especialista em pesquisas eleitorais Neale El-Dash, desenvolvedor do site Pooling Data e responsável pelas pesquisas do instituto FSB e pelo Agregador de Pesquisas UOL: é de 99% hoje a probabilidade de a eleição presidencial deste ano não ser decidida no dia 2 de outubro.

Para chegar a essa porcentagem, o estatístico analisou 323 pesquisas publicadas no Brasil por 22 diferentes institutos desde janeiro de 2020 até a semana passada.

No trabalho, El-Dash levou em conta todos os percentuais de voto mais plausíveis indicados em todos os levantamentos analisados e, com base nesse rol de possibilidades, simulou a ocorrência de milhares de eleições — 99% das quais resultaram em segundo turno.

É a porcentagem mais alta já registrada pelo Pooling Data desde janeiro de 2021, quando o instituto iniciou o monitoramento dos cenários para o término das eleições presidenciais.

O que pode influenciar esse cenário

Para Marcelo Tokarski, diretor do instituto FSB, a confirmação do resultado estatístico de ocorrência de segundo turno na eleição presidencial de outubro dependerá de duas questões principais.

A primeira é a diferença na intenção de votos entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Para que o segundo turno aconteça, ela terá de continuar encurtando — hipótese que Tokarski considera provável.

"O efeito do Auxílio Brasil e dos outros benefícios ainda não se esgotou. O governo tem espaço para melhorar sua avaliação."
Marcelo Tokarski, diretor do instituto FSB

A segunda questão é o caminho que tomará o voto dos 15% de brasileiros que hoje afirmam apoiar outros candidatos que não Lula ou Bolsonaro.

Se os eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), por exemplo, decidirem mudar seu voto, e a maior parte desses votos migrar para Bolsonaro, isso pouco alterará o cenário atual.

Isso porque, para que Lula ganhe no primeiro turno, ele precisa ter mais que a soma dos votos de todos os outros candidatos juntos. Como Bolsonaro faz parte do conjunto "todos os outros candidatos", a migração de votos para ele, dentro desse conjunto, não muda a vida de Lula.

"O que mexeria na tendência de segundo turno seria a migração dos votos dos outros candidatos para Lula (...) Se os ciristas decidirem mudar seu voto e optarem por Lula, ele pode ganhar de 3 a 4 pontos percentuais no resultado consolidado."
Marcelo Tokarski, diretor do instituto FSB

O alerta das eleições de 2018

O diretor da FSB recorda que, nas eleições de 2018, foi Bolsonaro o principal beneficiado pela mudança de votos na última hora. "Ele foi o único candidato que cresceu na reta final, enquanto os outros desidrataram".

Lembra o pesquisador: "Marina Silva chegou a ter 16% nas pesquisas e terminou com 1%. Geraldo Alckmin pontuava 11% a três dias da eleição e terminou com menos de 5%".

Do ponto de vista estatístico, portanto, e levando em conta os dados de hoje, a ocorrência do segundo turno são favas contadas.

Mas, como diria Mané Garrincha, é preciso combinar com o eleitor.

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A partir da semana que vem (23 de agosto), e até o final das eleições deste ano, a newsletter da Thaís Oyama passará a ser enviada às terças-feiras, e não mais às segundas.

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