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Sem fumaça branca, prossegue eleição presidencial italiana
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Terminou hoje, - com prevalência de cédulas em branco ( 412, num colégio de 1.009 votantes) -, o terceiro escrutínio voltado à escolha do presidente da república italiana.
Amanhã, 27, quinta-feira , a eleição prossegue com uma novidade: cai a exigência constitucional dos 2/3 dos votos para se ter um vencedor. Passa a valer a maioria absoluta.
Até o terceiro escrutínio a exigência era de 673 votos (2/3). A partir do quarto escrutínio bastarão 505 (maioria absoluta).
Como num jogo de espelhos, onde os efeitos servem para melhorar imagens, os parlamentares e partidos lançam nomes de mulheres.
Já tivemos, no segundo escrutínio, o nome de Carla Cartábia (confira, nesta coluna e espaço de crônicas diárias sobre a eleição italiana em curso). O nome do momento é da presidente do senado, Elisabetta Casellati.
Casellati, presidente do Senado, é uma católica conservadora. Passou a ser o nome de parte da direita ligada ao partido denominado Forza Italia, aagremiação de Berlusconi.
Nesse jogo de espelhos, ontem, a direita italiana, reunida em três partidos, ofereceu três nomes à consideração dos outros partidos. Aquilo que no jargão político se chama "rosa".
A rosa de ontem murchou. Não foi aceita pelos outros partidos. Daí, e hoje, ter começado a circular o nome de Casellati.
Não passou despercebido dos observadores ter, no terceiro escrutínio de hoje, aumentado a votação em Sérgio Matarella, atual presidente, que disse não pretender a reeleição. Matarella, teve 125 votos. O mais votado do dia. O segundo foi o fundador do partido Fratelli d´Italia: Crosetto teve 114 votos.
Nos bastidores do "palazzo Montecitorio", Plco da votação e sede da C^mara de deputados, e duas notícias circularam.
Os parlamentares do Movimento 5 Estrelas e o fundador Beppe Grillo, humorista famoso, querem que Mario Draghi, nome de prestígio nacional e internacional, continue como primeiro-ministro, chefe de governo. Ou seja, os parlamentares do Movimento, como revelou também o líder do partido Giuseppe Conte (ex-premier), não votarão em Draghi para presidente, chefe de estado.
O Partido Democrático, que reúne a esquerda e o centro-esquerda, se segura e pensa em concentrar os votos em Draghi a partir do quinto escrutínio.
O estranho é contar Draghi, — exceção ao partido Fratelli d´Italia liderado pela direitista Giorgia Melloni—, com apoio, para se manter como primeiro ministro, dos outros grandes partidos, numa forte coalisão.
Mas, a coalisão de sustentação de Draghi como primeiro ministro, se dissolve quando se passa a cogitá-lo como presidente da República. No particular, permanece a apoiá-lo somente o Partido Democrático. E a desculpa, dos outros, é não se poder prescindir de Draghi como chefe de governo, premier.
Pano rápido. Fora da Itália, os franceses acompanham com curiosidade a eleição, até porque, em breve, mas com sistema diferente, escolherão o ocupante do palácio Eliseo. Na Alemanha, os jornais, em primeira página, destacam a eleição peninsular e prestigiam Draghi, pelo trabalho feito quando cuidava das finanças européias.
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