Wálter Maierovitch

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Opinião

Guerras: Putin e Netanyahu continuam ignorando Direito Internacional

O Direito Internacional continua sendo, diariamente, ignorado pelo presidente russo Vladimir Putin e pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

De outra parte, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky está sendo esquecido —ou como bem avaliou, "quando chego perto e vou contar o mesmo filme, as pessoas não querem saber, pois estão cansadas".

Putin invadiu a Ucrânia, iniciou uma guerra de conquista e deu uma banana à carta que criou as Nações Unidas.

Para cutucar o presidente americano Joe Biden, e sabendo que o presidente ucraniano está perdendo espaços e apoios, Putin discursou ontem (14), em Moscou, na Rússia, e sentenciou: "Logo as armas de Kiev terminarão e nós temos 617 mil soldados russos no fronte".

Para as agências de inteligência e espionagem ocidentais, o exército de Putin, na invasão da Ucrânia, mobilizou 360 mil militares. Entre mortos e feridos, perdeu 315 mil homens. Mas mortes pouco contam ao fautor de uma guerra de expansão.

Enquanto Putin discursava, Zelensky não empolgou em mais uma visita aos EUA e, na Comissão Europeia, teve forte oposição do autocrata húngaro Viktor Orbán.

Para Kiev levar 50 bilhões de euros, Orbán exigiu —e teve êxito— a liberação de 10,2 bilhões de euros, congelados por seus atos atentatórios ao Estado de Direito, ou seja, uma tentativa de submeter a magistratura húngara a sua vontade de ditador.

Quanto ao conflito entre Hamas e Israel, o premiê Benjamin Netanyahu acabou de lançar a sua candidatura às eleições previstas para a próxima primavera israelense.

As pesquisas de anteontem (13) mostravam que Netanyahu perderá feio para o general Benny Gantz.

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No desespero, o primeiro-ministro revelou como será a sua campanha. Ele atacou o tratado de Oslo —celebrado por Yasser Arafat e Yitzhak Rabin. Disse não existir nenhuma confiança para estabelecer qualquer acordo com a Autoridade Nacional Palestina e, para arrematar, frisou que Joe Biden jamais o deterá.

Vale lembrar que a ocupação palestina data de 1967 e que Netanyahu, na verdade, nunca quis dois estados para dois povos.

O tratado de Oslo está em conformidade com o Direito Internacional.

Outra tragédia

Continuam a repercutir, por toda a Europa, as palavras de Marie-Aure Perreaut, coordenadora do Médicos Sem Fronteiras, em Gaza.

Do alto da sua experiência de trabalhar em zonas de guerra, a médica fez uma revelação assustadora: por não suportar mais a guerra, com tantas mortes, crianças palestinas pensam no suicídio.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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