Netanyahu e a operação Leão Nascente contra holocausto nuclear

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O premiê israelense Benjamin Netanyahu, conhecido no seu país pelo apelido de Bibi, começou a explicar, buscando legitimidade internacional, a operação Leão Nascente.
As suas palavras, numa interpretação à luz do direito internacional, da geopolítica relativa ao Oriente Médio e da geoestratégica militar, pode ser entendida com facilidade.
Bibi centrou, juridicamente e por não prever o direito internacional o chamado ataque preventivo (defesa preventiva), no "estado de necessidade".
No mesmo "estado de necessidade" invocado pelos EUA depois da tragédia terrorista do 11 de setembro.
O premiê israelense falou em necessidade e isto para evitar o "holocausto nuclear".
A lembrar: há 80 anos os judeus foram vítimas do holocausto nazista.
Agora, conforme Bibi, o Irã, com o programa atômico para fim não pacífico, tentaria varrer Israel do mapa.
Frisou Bibi, numa repetição do falado quando da ação do Mossad em Teerã e que resultou no assassinato do líder político do Hamas, não terem os judeus nada contra os iranianos, mas contra o sanguinário, opressivo e expansionista regime dos aiatolás.
Só faltou Bibi recordar ter sido o então xá da Pérsia, na ONU, favorável à criação do Estado de Israel.
Pelo que se nota, bastou o Irã começar a colocar areia para não celebrar o acordo nuclear, com o governo Donald Trump, o acordo nuclear, para Israel reagir.
A propósito, neste espaço e na coluna de ontem, foi informado, com base no que circulava entre os 007 da Inteligência europeia, o fim do prazo, na véspera do ataque de Israel ao Irã, dos 61 dias dado por Trump: prazo para a retomada das conversações sobre o acordo nuclear.
Também não foi olvidado a situação política interna de Netanyahu.
O premiê, precisa de guerras para se manter no poder e evitar processo por corrupção e inquérito pela sua responsabilidade pelo 7 de outubro.
Significado de Leão Nascente
O premiê Bibi Netanyahu não dá ponto sem nó.
Como está amarrado numa coalizão com dois partidos religiosos, de matriz ortodoxa, Bibi foi buscar na Torá, mais especificamente no Livro dos Números, o nome da operação de guerra contra o Irã.
Usou o simbolismo dos leões ( leoas e leões), capítulos 23-44):
"O povo se levanta como a leoa que puxa os leões. E não irão parar até a presa ser devorada e bebido todo o sangue" (tradução livre do inglês).
O texto bíblico trata da convocação, pelo rei dos Moabiti, do bruxo e adivinho Ballaan. A meta era a eliminação dos judeus que haviam vagado 40 anos pelo deserto.
Meta de Bibi
A ação militar de Israel conta com atuações complementares realizadas pelo Mossad, a agência de espionagem externa.
No primeiro dia do ataque, foram assassinados o comandante da Guarda Revolucionária (Pasdaran) e o subchefe do Estado maior das Forças Armadas.
Netanyahu avisou que Ali Khamei, o líder da teocracia iraniana, está na mira: ontem o bairro onde mora Khamenei foi bombardeado.
Até o momento, 14 cientistas nucleares prestadores de serviços ao governo dos aiatolás morreram nos ataques. Algo a mostrar que a preocupação não é apenas arrasar os sítios mas eliminar as mentes responsáveis pelas implantações e objetivo final: bomba atômica. Aliás, bomba atômica que Israel possui.
Bibi, na sua propaganda de guerra, usa um binômio: evitar o holocausto nazista e libertar o povo iraniano da tirania dos aiatolás.
Preocupados com o desenvolvimento da guerra entre Israel e o Irã, os estados árabes (o Irã é persa) assistem com preocupação essa guerra e isso porque não confiam em Netanyahu e nem nos aiatolás.
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