Wálter Maierovitch

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Opinião

Netanyahu usa euforia ufanista para encobrir a realidade

Pelas ruas de Israel existe uma contagiante alegria. Isso porque acredita-se que o premiê Bibi Netanyahu tenha eliminado o perigo nuclear iraniano com as ações bélicas dos últimos cinco dias. Fala-se por toda parte de Jerusalém que era iminente o risco destrutivo representado pela teocracia dos aiatolás iranianos.

Há pouco, o ex-premiê e antigo ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, criticou o clima de euforia criado por Netanyahu. "A atmosfera eufórica nas ruas, nos telejornais e nas declarações do primeiro-ministro, segundo as quais a ameaça nuclear iraniana terminou, é prematura e distante da realidade", disse.

Para Ehud Barak, permanece a ameaça de o Irã, a qualquer momento, poder explodir um artefato nuclear em alguma parte do deserto para demonstrar a sua capacidade.

Além de aparentemente exagerada, a euforia dos israelenses não está sendo capaz também de amenizar a imagem de "pária internacional" que ganhou Netanyahu. Mais ainda, de o seu premiê eliminar crianças, idosos e civis inocentes da Faixa de Gaza.

Enquanto Bibi usa uma poderosa máquina de propaganda ufanista, no sentido de difundir que está salvando os iranianos da tirania dos aiatolás, uma pergunta deve ser feita: como ficam os princípios da autodeterminação dos povos e a escolha soberana dos persas?

Basta ter olhos para ver que aumentou o antissemitismo no planeta, em face do governo Netanyahu. Ele não soube combater, nos limites estabelecidos pela legítima defesa, o terrorismo do Hamas. Pelo excesso, consumou crimes de guerra e delitos contra a humanidade.

Bibi visto como herói é algo inadmissível à luz do Direito, ainda que o expansionista Irã financie o terrorismo internacional e descumpra acordos nucleares. O Irã, na verdade, é também um "estado pária" que viola direitos humanos e usa a sua "polícia dos costumes" para tirar a liberdade de expressão e calar os jovens.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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