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Golpe da ameaça por telefone viraliza; polícia e operadoras sugerem cautela

Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Lucas Borges Teixeira

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/05/2018 04h00

Golpes por telefone proliferam pelas diferentes redes sociais. Uma corrente no WhatsApp afirma alertar sobre o "mais novo golpe" na telefonia fixa.

E como funciona?

"Um sujeito pilantra, liga para sua casa e se identifica como Policial (delegado) e alega estar recebendo ameaças por telefone e que o número registrado na bina é o seu", diz a mensagem, cheia de erros de português. "Ele, então, sugere que sua linha foi clonada, e aconselha, você, a solicitar um reparo à sua operadora."

O suposto policial voltaria a ligar horas depois para dizer que as ameaças não pararam, continua a mensagem. Caso a vítima diga que já acionou sua operadora de telefone, criminosos iriam até o seu endereço trajados de funcionários da empresa.

"Daí em diante, você será presa fácil para ele, que entrará em sua casa sem esforço algum (assalto, sequestro, estupro)", diz. "Se receber essa ligação, não solicite o reparo e dê queixa imediatamente à polícia."

Polícia não tem registro do golpe

O UOL não conseguiu identificar nenhuma pessoa que tenha caído ou sido acionada neste golpe, apenas cidadãos que compartilharam a mensagem.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo também informou à reportagem que não há boletins de ocorrência registrados com estas informações.

Caso alguém tenha passado por isso, "a SSP sempre orienta o registro do caso para a devida investigação policial", orienta a secretaria por meio de nota.

Como se prevenir?

A Polícia Civil aconselha as pessoas a sempre confirmarem com a empresa com a qual têm contrato sobre a data e a hora marcada para a visita do técnico, antes de abrir a porta.

"Antes de autorizar a visita de um técnico na residência, deve-se confirmar com a empresa responsável o nome do profissional e as informações que foram passadas, evitando assim possíveis golpes", orientou a corporação, por meio de nota.

As principais operadoras de telefonia fixa e móvel do país também seguem protocolos de segurança para evitar que seus clientes caiam em golpes.

O conglomerado Claro/NET informou à reportagem que dispõe de um sistema de segurança e monitoramento com o objetivo de coibir ações fraudulentas.

"Qualquer visita é previamente agendada e os clientes podem confirmar o agendamento pelas Centrais de Relacionamento 10621 e 1052, para NET e Claro, respectivamente", informa a operadora.

"Notícias enganosas e ações criminosas afetam várias prestadoras de serviços nas mais diversas modalidades", afirma.

Já a Vivo/Telefônica afirma que seus técnicos só vão a residências ou empresas mediante pedido do proprietário. Se você não solicitou, já pode desconfiar.

"A visita deve ser agendada junto às centrais de atendimento da operadora, ocasião em que o cliente é informado sobre o nome do técnico que irá atendê-lo", relata a companhia. "Além disso, ele recebe um número de protocolo, por meio do qual pode acompanhar seu pedido junto à própria central de relacionamento."

A empresa informa ainda que todos os técnicos são uniformizados e obrigados a usar um crachá com identificação. Para este ano, a companhia disse ao UOL que deverá adotar um sistema de senha e foto do técnico "para ampliar ainda mais a segurança das visitas agendadas".

A TIM instrui a seus clientes a não fornecerem nenhum tipo de dado em ligações de origem desconhecida. O mesmo serve para mensagens de texto e emails.

"Ao receber informações sobre 'promoção', procure sempre averiguar sua existência, através de contato com as empresas envolvidas", diz a operadora. "Evite atender ligações a cobrar e desconfie de ligações sobre promoções, entrega de prêmios ou bônus de créditos. Solicite os dados (nome, função, empresa) de quem ligou por medida de segurança."

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