Mulher palestina não foi deportada para Gaza, mas levada à prisão em Israel

É falso que uma mulher foi deportada para Gaza por comemorar ataques do Hamas contra Israel em suas redes sociais, conforme vídeos que circulam na internet.

Na verdade, a mulher foi levada para a prisão em Israel.

O que diz o post

"Mulher palestina, residente em Israel, é deportada para Gaza ao comemorar em suas redes, ataque do Hamas contra Israel", diz o texto sobreposto ao vídeo.

Em outra postagem, um homem narra o acontecimento do vídeo: "Essa mulher palestina que vive na democracia de Israel fez postagens comemorando os ataques terroristas do Hamas, que mataram mais de 1400 israelenses e por isso está sendo deportada para Gaza para viver sobre o governo do grupo que ela tanto admira. Imagina se essa moda pega no Brasil? Mandar defensores do comunismo para viver em países comunistas ou socialistas de iPhone para ficar na fila do pão em Cuba? No dia que essas pessoas começarem a viver o que defendem, as coisas começam a mudar.

No vídeo, a mulher está com dois policiais na sua frente, com um deles lendo um termo. Ela começa a entrar em desespero quando percebe que será detida.

Por que é falso

Mulher não foi deportada para Gaza. Identificada como Yasmine Qaddourah, ela e seu marido, não identificado, foram levados para a prisão em Israel sob acusação de incitar a violência e o terrorismo, no dia 8 de novembro (aqui e aqui).

Yasmine alega que não comemorou os ataques do Hamas (aqui) ao dizer: "Que Deus lhes conceda a vitória e os proteja". A mensagem teria sido postada no status do WhatsApp dela. Porém, para a polícia israelense, a frase expressou apoio ao Hamas, de acordo com o veículo Al Jazeera, do Catar.

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Lei antiterrorismo em Israel pode resultar em um ano de prisão. Em 8 de novembro, o parlamento israelense aprovou uma medida temporária de dois anos que altera a lei antiterrorismo do país (aqui e aqui) e criminaliza o "consumo de materiais terroristas" para combater a "radicalização dos indivíduos através do consumo de meios de comunicação social", considerando o Hamas e o Estado Islâmico como as organizações às quais o crime se aplica.

O conteúdo também foi checado pela Lupa (aqui).

Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.

Fabíola Cidral conta como reconhecer logo de cara uma fake news

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