Walmart não passou a vender agora kit de comida por risco do 'fim do mundo'

A rede de supermercado Walmart não passou a vender recentemente kits alimentares para serem usados em situações de emergência devido ao risco iminente de um catástrofe mundial, como sugerem postagens alarmistas e mentirosas nas redes sociais.

Na realidade, a rede norte-americana já comercializa há alguns anos esse tipo de produto, que possui maior período de validade, e é comum nos Estados Unidos.

O que diz o post

Compartilhado em plataformas como TikTok e Facebook, o vídeo mostra uma gôndola de um supermercado da rede com esse tipo de kits e sugere se tratar de algo recente. Sobreposto à imagem e na legenda está escrito "WallMart agora com comida para o fim do mundo".

Ao clicar no vídeo, o internauta vê as imagens dos produtos alimentares de longa duração e escuta a seguinte mensagem: "Gente, esse pequeno espaço aqui das prateleiras do Walmart isso é novo, isso aqui não tinha antes, tá? E olha só, chama a atenção, ô, refeições de emergência, são kits de sobrevivência para uma possível... Pack de sobrevivência... Ô esses baldes aqui, almoço e janta, refeições, tudo pra você estocar. Se não abrir, estraga depois de 30 anos. 25 anos você pode deixar estocado. Isso é bizarro, gente. Totalmente novo pra gente isso aqui, nunca tinha visto. Tudo coisa pra emergência, 30 anos, ovo, manteiga em pó... Gente... Queijo em pó, vale por 10 anos... Vou te falar, não sei o que está acontecendo não. Na época da pandemia eu vi que os americanos já são mais adiantados, mais preparados, mas, olha, isso aqui é totalmente novo pra mim".

Por que é falso

Nos vídeos alarmistas e desinformativos são usados baldes e embalagens de refeições de longa duração produzidos pela empresa Augason Farms (veja aqui). A companhia produz esse tipo de alimento para situações emergenciais desde 1972 e é uma das pioneiras no ramo.

Busca no Google pelos termos "Walmart" "Augason Farms" e "Long Term Food" mostra que a rede varejista comercializa esse tipo de produto há mais de uma década (veja aqui). Logo, ao contrário do que dizem as postagens enganosas, não se trata de um fato recente pela possibilidade de uma catástrofe iminente que ponha em risco a estabilidade mundial.

Mercado de alimentos emergenciais segue em espiral crescente nos Estados Unidos e deve faturar cerca de US$ 3 bilhões (R$ 14,8 bilhões na atual cotação) até 2026, segundo a empresa de análise de mercado Technavio (veja aqui). Dados da empresa Finder também mostraram que houve crescimento exponencial na busca por esses produtos nos EUA durante a pandemia de covid-19 (aqui).

Norte-americanos costumam adquirir esses produtos alimentícios mais duradouros por diversas razões, entre as quais estão o desemprego, inflação alta e catástrofes naturais. O governo dos Estados Unidos, inclusive, disponibiliza guias de como os cidadãos devem agir em casos de desastres, o que inclui questões de segurança alimentar (veja aqui).

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Viralização. Postagens com este conteúdo continham, nesta terça-feira (6), 1 milhão de reproduções, 62,7 mil curtidas, 16,6 mil compartilhamentos e 3,1 mil comentários no TikTok.

Este conteúdo também foi checado por Aos Fatos (aqui).

Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.

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