Vídeo de 2017 circula como se fosse de protestos recentes na Venezuela
Um vídeo em que um homem de camisa amarela é chutado por militares e atingido por um disparo à queima-roupa não é dos protestos recentes relacionados à eleição presidencial venezuelana deste ano. A gravação é de 2017.
O UOL Confere considera distorcido conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.
O que diz o post
O vídeo com as agressões é compartilhado com o seguinte texto: "O que está acontecendo na Venezuela? Urgente!! Maduro manda policiais atirarem em patriotas que resistirem à prisão. Já são mais de 10 mil presos por "terrorismo". Qual sua opinião?"
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Por que é distorcido
O vídeo realmente foi gravado na Venezuela, mas em 2017. Ou seja, não têm relação com os protestos recentes após a eleição presidencial no país.
Registros antigos. Em uma busca reversa de um frame do vídeo pelo Google Lens (confira aqui) é possível localizar publicações do vídeo a partir de julho de 2017. A gravação foi usada em uma reportaem do canal espanhol Telecinco em agosto do mesmo ano (veja aqui). Há ainda posts no Facebook (aqui) e no X de julho de 2017 (aqui e aqui). A gravação é atribuída ao dia 27 de julho na região de Bello Campo, em Caracas.
Violações de Direitos Humanos em 2017. A violência contra manifestantes chegou a ser denunciada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas na ocasião (leia aqui e aqui). A organização relatou o uso de armamento não-letal de forma abusiva, como disparos de bala de borracha à queima-roupa, por exemplo. A organização de defesa dos Direitos Humanos Human Rights Watch também denunciou a repressão violenta em relatório (leia aqui). Os protestos eram contra o governo de Nicolás Maduro.
Desinformação também foi desmentida na Venezuela. As publicações enganosas foram verificadas no país pela organização Cazadores de Fake News.
Viralização. No Instagram, uma publicação com o conteúdo enganoso registrava mais de 260 mil reproduções.
Este conteúdo também foi checado por Reuters.
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.