Avião da Voepass que caiu não pediu para aterrissar em Viracopos
É falso que o avião da Voepass que sofreu um acidente em Vinhedo (SP) na semana passada tenha solicitado um pedido de aterrissagem emergencial no aeroporto de Viracopos, em Campinas. Posts alegam falsamente que o pedido teria sido negado.
O que diz o post
Publicações reproduzem uma captura de tela de uma conversa de WhatsApp supostamente de um grupo de pilotos. O vídeo reproduz áudios do grupo que são atribuídos aos profissionais.
O conteúdo é compartilhado com a seguinte legenda: "Piloto PEDIU pra ATERRIZAR e o controle aéreo NÃO AUTORIZOU!!!! URGENTE. Grupos de pilotos relatam que foi solicitado uma aterrisagem e foi negado o piloto relatou gelo. Outro disse que passou na mesma região e formou muito gelo. "Em 40 anos nunca vi tanto gelo"."
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Por que é falso
Não houve pedido de aterrisagem, logo não há como ter sido recusado. As informações são da Nav Brasil, empresa de tráfego aéreo responsável pelo aeroporto de Viracopos. Leia a nota da concessionária do aeroporto:
A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, administradora do Aeroporto Internacional de Viracopos, foi informada pela NAV Brasil (empresa responsável pela navegação aérea), que não houve pedido de urgência da aeronave à Torre de Controle do Aeroporto de Viracopos.
Cenipa diz que não houve comunicação de emergência. Além disso, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos declarou que não houve contato dos pilotos da aeronave da Voepass com a torre.
Viralização. Um post no Instagram com o conteúdo desinformativo teve, até sexta-feira (16), cerca de 12 mil visualizações.
Este conteúdo também foi checado por Aos Fatos.
Causa do acidente é investigada
O Cenipa obteve dados e áudios das caixas pretas do avião. O órgão informou que a aeronave estava com a documentação em dia e autorizada a voar. Os pilotos tinham o treinamento e as capacidades para operar a aeronave.
Versão sobre gelo acumulado na fuselagem ter causado perda de sustentação não é confirmada e nem descartada. Os militares ressaltaram que é prematuro para conclusões relacionadas à causa do acidente.
O acúmulo de gelo é uma possibilidade admitida pela Voepass. Mas o sistema de degelo funcionava normalmente no momento do acidente, segundo Marcel Moura, diretor de Operações da companhia aérea. Assim como os investigadores, ele acrescentou que é precoce apontar o gelo como causa da queda.
As 62 pessoas que estavam a bordo da aeronave morreram.
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.